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25/10/2019 às 19h30

Cultura

Quilombola Marinalva Bezerra é quem assinará troféu 2019 do Prêmio Tia Marcelina

Mestra do Registro do Patrimônio Vivo, dona Marinalva, do povoado Muquém, foi a artista escolhida para confeccionar o troféu do Prêmio Tia Marcelina

Aos 83 anos, Dona Marinalva continua produzindo suas peças de barro e hoje deseja que o trabalho artesanal continue através de seus netos - Letícia Sobreira/Agência Alagoas

Ceramista há cerca de 70 anos, Marinalva Bezerra, hoje com 83 anos de idade, começou a confeccionar utensílios de barro ainda na infância. De família humilde, pegou o conhecimento passado por gerações sobre o manuseio do barro para ajudar no sustento de casa. E foi assim que da terra vermelha retirada do Rio Mundaú, Marinalva começou a registrar a história viva de Alagoas.

Nascida, criada e moradora do Povoado Muquém, comunidade remanescente do grandioso Quilombo dos Palmares, a artesã foi reconhecida este ano como Mestra do Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas, título que carrega com orgulho. “Foi tanto abraço que eu ganhei com isso”, recorda.

Foi pela representatividade ancestral que Marinalva foi escolhida para moldar em suas mãos à obra que será entregue como troféu na edição 2019 do Prêmio Tia Marcelina. A honraria é concedida a personalidades alagoanas como reconhecimento de trabalho em prol do empoderamento negro no Estado. A solenidade está prevista para o dia 14 de Novembro e é uma realização da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), em parceria com o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL).

“Ter dona Marinalva como uma das pessoas que darão vida ao Prêmio Tia Marcelina é para nós motivo de muita alegria. O Muquém, em União dos Palmares, é uma comunidade com uma história de resistência tão forte e bela quanto a de Tia Marcelina e das pessoas que estarão conosco no dia 14, a exemplo da própria Marinalva”, disse Maria Silva, secretária da Semudh.

Tia Marcelina foi uma mulher negra assassinada durante o episódio que ficou conhecido como “Quebra de Xangô”, em 1912, que perseguiu e torturou religiosos de matriz africana em Alagoas. Em 2012, o Governo de Alagoas assinou um pedido de desculpas oficial pelos atos cometidos à época.


Fonte: Agência Alagoas

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