Dólar com. 5.1471
IBovespa 0.58
25 de abril de 2024
min. 23º máx. 32º Maceió
chuva rápida
Agora no Painel Governador abre 1ª reunião do Conselho Estadual do Alagoas Sem Fome
22/09/2020 às 21h00

Cultura

Museu de Arte do Rio volta a receber o público

Duas exposições foram abertas hoje para visitação

Tomaz Silva/Agência Brasil

O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, região portuária da capital carioca, reabriu hoje (22) para visitação do público com as exposições Casa Carioca e Aline Motta: memória, viagem e água. Está permitida a presença de 60 pessoas a cada duas horas. 

Para evitar aglomeração, o museu manterá o limite de visitantes abaixo da sua capacidade e irá seguir os protocolos sanitários de combate à covid 19, conforme determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), como obrigatoriedade do uso de máscaras durante toda a permanência no museu. As áreas coletivas do MAR, como o terraço, que antes da pandemia era muito procurado, permanecerão fechados.

Os ingressos gratuitos são adquiridos apenas por meio de agendamento no site e o museu definiu três horários para a visitação que poderá ser feita até sábado (26): 10h, 14h e 16h. “O agendamento pelo site evita também o contato a impressão dos bilhetes para não ter uma forma de transmissão do vírus. É só acessar o site e escolher o horário. As entradas não são pagas porque o museu se mantém com portas fechadas e sem contato com outras áreas”, comentou o curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, em entrevista à Agência Brasil.

Campos disse que embora tenha a expectativa de receber um bom público, parte da frequência que o museu costumava receber não deve ocorrer, por causa dos protocolos que precisam ser seguidos. “É possível que a gente não consiga o público mais de transeuntes, aquelas pessoas que estão passando na rua e resolvem entrar. Acho que a diferença é o planejamento para chegar ao museu e não alguma coisa mais espontânea como ocorria com o museu. Isso também vai impactar a presença dos grupos. É diferente daqueles que estão almoçando na Praça Mauá e resolvem entrar no Museu, mas a gente tem recebido respostas de pessoas comovidas com a reabertura do museu”, contou.

A reabertura faz parte de ações programadas que o museu organizou para este período de pandemia. Segundo o curador, mesmo fechado ao público externo, o espaço cultural continuou funcionando internamente e interagiu com quem buscou as suas redes sociais. Além disso, a Escola do Olhar continuou funcionando com a formação de professores com aulas virtuais. Marcelo Campos disse que as duas exposições já estavam previstas no plano anual do MAR.

“Eram exposições que iam acontecer de qualquer modo. Quando a pandemia chegou a Aline Motta já estava sendo construída e a Casa Carioca já estava com a pesquisa bastante avançada. O Museu resolveu permanecer com a fase de produção de obras com uma programação online. A Casa Carioca teve lives com a curadoria, teve depoimentos de artistas participantes, então, houve uma ativação nas redes do museu, enquanto isso a gente ia produzindo a exposição para que pudesse ficar pronta a tempo de ser inaugurada em 2020. Na verdade foi uma continuidade do plano anual”, revelou.

Se essas exposições puderam ser produzidas, a pandemia não permitiu que outras duas, também incluídas na programação, fossem realizadas. Ainda assim, o curador espera que até o fim do ano, mais duas exposições do planejamento de 2020 também sejam abertas. Se isso ocorrer, vão funcionar em paralelo com a Casa Carioca e a Aline Motta: memória, viagem e água. “Elas não foram canceladas, foram apenas adiadas”, completou, acrescentando que de início só há previsão de receber o público nesta semana, mas o museu já trabalha com a possibilidade de abrir outros períodos, ainda que não haja data definida.

Casa Carioca

A exposição Casa Carioca apresenta temas como sociabilidade, o papel da mulher como esteio de família e direito à moradia, com cerca de 600 obras e mais de 100 artistas. Uma montagem de trabalhos que retratam o período de isolamento social, assinada por Marcelo Campos e pela arquiteta, urbanista e ativista do movimento feminista negro, Joice Berth, também faz parte da mostra, que tem a mineradora Vale como patrocinadora, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A Casa Carioca, que ocupará duas galerias do terceiro andar do MAR, além da Sala de Encontro localizada no térreo, é a exposição do MAR com maior número de artistas jovens e periféricos com trabalhos nos mais diversos suportes, como vídeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas. A mostra conta também com trabalhos de artistas consagrados, como Adriana Varejão, Alfredo Volpi, André Rebouças, Beatriz Milhazes, Cícero Dias e Mestre Valentim.

Aline Motta

Já a exposição individual da artista fluminense Aline Motta: memória, viagem e água, que é inédita no Rio de Janeiro, leva o público a um mergulho na história de sua família, por meio de montagem imersiva que apresenta uma trilogia de videoinstalações de forma sequencial e dinâmica. A mostra foi instalada em uma galeria do 1º andar do pavilhão de exposições. Os trabalhos Pontes sobre abismos (2017), Se o mar tivesse varandas (2017) e Outros fundamentos (2019) foram produzidos após a artista descobrir um segredo de família contado pela avó Doralice: sua bisavó era escrava e havia engravidado após ser abusada por seu dono. Após a revelação, Aline começou uma busca por suas raízes em lugares distantes entre si, como Serra Leoa, Nigéria, Portugal e Brasil, mas aproximados pelo Oceano Atlântico.


Fonte: Agência Brasil

Todos os direitos reservados
- 2009-2024 Press Comunicações S/S
Tel: (82) 3313-7566
[email protected]