De volta com a formação do Volume 3 e a peculiar habilidade em entregar canções com alta carga emotiva e melódicas, a lendária banda alagoana de música psicodélica, Mopho, chega ao quinto registro de estúdio, o EP Que Fim Levou Meu Sorriso, exatamente no ano em que completa 25 anos de carreira.
O álbum, com seis faixas, chega às plataformas digitais no dia 25 de junho.
A Mopho é uma banda de músicos com influências plurais, que transitam entre o rock dos anos 60/70 com um pouco de hard e psicodelia, e especialmente a música brasileira de Mutantes a Zé Ramalho.
Que Fim Levou Meu Sorriso resgata o cancioneiro popular das influências radiofônicas, principalmente nordestinas, de artistas como Ednardo, Fagner, Belchior, mas tudo embalado a singular forma do Mopho de fazer música – a verve melancólica e camadas lisérgicas. Esta aura também é perceptível pelo canto mais enraizado do vocalista João Paulo.
O lançamento marca o retorno de Júnior Bocão (baixo e voz) e Hélio Pisca (bateria), membros originais, que novamente se juntam a João Paulo (guitarra e voz) e Dinho Zampier (teclado). A produção teve início no final de 2019, mas foi finalizada somente em 2020, quando a aguardada reunião foi sacramentada.
O quarteto, reunido em estúdio - em breve nos palcos - , significa a essência do Mopho mais uma vez exaltada, uma formação que já brindou a música psicodélica com o disco autointitulado de 2000, hoje um clássico absoluto do gênero.
Quatro faixas de Que Fim Levou Meu Sorriso são de autoria de João Paulo, composições cujas primeiras ideias e arranjos surgiram ainda na produção do quarto álbum, Brejo (2017), e mais duas de Júnior Bocão, estas que fariam parte do segundo álbum do Mopho, Sine Diabolo Nullus Deus (2004).
Como revela o baixista sobre as suas composições, devido à ruptura da formação original, as faixas foram lançadas no álbum da banda Casa Flutuante, projeto de Bocão e Pisca, que finalmente ganharam arranjos do Mopho.
A única participação do álbum é em Mundo Sem Fim, que tem vocais de Júlia Guimarães, filha do João Paulo, vocalista do projeto Ladybug. É, aliás, a primeira música com um feat na história do Mopho.
Nome do álbum: Que Fim Levou Meu Sorriso
Lançamento: 25 de junho de 2021 nas plataformas digitais
Gravado e mixado por Joaquim Prado no Estúdio Panda
Gravações adicionais no Divina Home. Masterizado por Brendan Duffey.
Projeto gráfico
Direção de arte: Júnior Bocão
Designer gráfico e arte finalista: Victor Caesar
Este trabalho foi financiado com recursos da Lei Aldir Blanc através de Edital público da Secretaria de Cultura (Secult) de Alagoas.
Formado em 1996, na cidade de Maceió, o Mopho adveio da saudosa Blues Band Água Mineral. O nome surgiu da necessidade de dialogar com o som que os garotos queriam levar a partir de então, influenciados pela sonoridade dos anos 60 e 70. E como brincaram na época, era uma "música mofada."
Em 1997, lançam sua primeira demo-tape, Uma Leitura Mineral Incrível, e em 1999, o CD demo, Um Dia de Cada Vez, conquistando com estes trabalhos um grande respaldo na cena independente, o que fez com que chegasse aos ouvidos do lendário Luiz Calanca, que abriu as portas de sua loja/selo, Baratos Afins, para que a banda lançasse seu primeiro álbum autointitulado, no ano 2000.
Trazendo uma roupagem psicodélica, além de uma sutil pegada pop, o disco conquistou o mercado independente brasileiro, ganhando ótimas críticas na imprensa, além de comentários empolgados de ídolos da banda, como Arnaldo Baptista e Rogério Duprat, e dividindo o palco em apresentações em shows e participações em programas de TV com grandes lendas do rock nacional, como Lanny Gordin e Luiz Carlini, tornando o grupo um dos responsáveis diretos pela nova ascensão do movimento psicodélico no rock brazuca.
Com isso, uma extensa turnê foi programada, levando a banda a diversos pontos do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, onde tocaram nos famosos festivais Porão do Rock e Abril Pro Rock.
Após mudanças na formação, a banda lança, em 2004, seu segundo disco, Sine Diabolo Nullus Deus, mantendo a verve que os tornou famosos, porém, com uma carga melancólica forte. Em 2011, sai Volume 3, contando com o retorno de integrantes da formação clássica e voltando com uma pegada mais pop. O disco foi bem recebido e levou a banda a um novo giro pelo país.
Em 2013, reconhecendo o primeiro disco como um marco na psicodelia brasileira, o selo Média4Music lança-o pela primeira vez em vinil, numa tiragem limitada, esgotando-se rapidamente.
Em 2017, a banda chega ao seu aguardado quarto álbum, Brejo, um disco que, assim como o Sine Diabolo Nullus Deus, traz uma carga emocional forte e bastante pessoal para o compositor e líder João Paulo.
Em 2019, com o retorno do baixista Junior Bocão e do baterista Hélio Pisca, a banda revive a formação que gravou o Volume 3.
Fonte: Assessoria