O bagre do Pilar, Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas desde 2021, é um símbolo que faz parte do cotidiano dos moradores e é um dos mais importantes da cultura e da fé da cidade. Esse mesmo símbolo foi inspiração para artistas do estado, a exemplo do designer e escultor Jackson Lima, que criou a ideia e construiu os troféus que serão entregues aos cineastas dos filmes selecionados para o Festival de Cinema de Pilar.
O artista tem 59 anos e trabalha com escultura desde os 9, em Limoeiro de Anadia, município alagoano. Segundo Jackson, a ideia dos troféus teve como base o peixe bagre de Pilar e a reutilização de resíduos sólidos. "Eu penso e logo vejo finalizado. Comigo nada se perde. É através desse processo que ressignifico os materiais e até vidas", disse ele.
As estruturas foram montadas com ferro, metal, madeira, e outros resíduos. Por cima de uma base de ferro, está a imagem esculpida de um bagre animado, com uma câmera na mão e uma pose de curioso.
Jackson contou que começou na arte utilizando barro, mas viu poesia no lixo, materializando o que vivenciou em sua infância, em memórias e na contemporaneidade. Aos 14 anos, ele recebeu uma visita inesperada de um ser diferente que o inspirou a transicionar seu trabalho. Foi a partir dessa visita espiritual que as estruturas foram tomando forma.
"Eu faço arte pensando em contribuir de alguma forma, e por isso agreguei o lixo ao meu trabalho. E ficou mais forte, ficou uma história mais poética e mais bonita. Meu trabalho é um resgate e veio de muitas experiências na natureza, do que está ao meu redor, ao meu alcance e do que eu sinto. Me sinto muito feliz porque foi uma arte que saiu de mim, dentro de mim, não me inspirei em nenhum artista, é um trabalho único", pontuou.
Festival de Cinema de Pilar
O Festival de Cinema de Pilar será realizado nos dias 29, 30 e 31 de maio , no Cine Pilarense, localizado no Centro da cidade. A abertura oficial do evento acontecerá nesta quinta-feira (28), a partir das 17h, com a presença de autoridades municipais e estaduais, exibição gratuita de filmes, bate-papo e apresentações culturais do grupo Boi do Canário e o Guerreiro Treme Terra.
O evento será uma homenagem aos cem anos do Cine Pilarense, um equipamento cultural que resiste desde 1924 no município.
Foram selecionados 14 curtas-metragens de Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará, para compor a programação. Haverá também uma mostra direcionada para o público infantil e uma oficina de direção fotográfica, que será ministrada para estudantes da Escola Nossa Senhora do Pilar.
O festival faz parte do projeto que foi contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult). O festival também tem a realização da Inreais Filmes, o apoio da Prefeitura de Pilar, através da Secretaria de Educação e Cultura, da Secretaria de Turismo e Eventos, da Casa da Cultura de Pilar, além da Bombix e Sambacaitá Produções, e da direção do Cine Pilarense, representado por Sérgio Moraes.
Fonte: Assessoria