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05/06/2015 às 09h00

Cultura

Daniel de Oliveira estrela filme sobre incesto: 'Tem muita cena de sexo'

Premiado no Festival do Rio, “Sangue Azul”, do diretor pernambucano Lírio Ferreira, estreou nos cinemas nesta quinta-feira (4)

"Sangue Azul" estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4)

2015 é o ano de Daniel de Oliveira no cinema. O ator mineiro, de 37 anos, estreia só na quinta-feira (4) dois longas: “Romance Policial”, do diretor Jorge Durán, e “Sangue Azul”, do pernambucano Lírio Ferreira, ganhador do prêmio de melhor filme no último Festival do Rio. Até o fim do ano, ainda vem “A Estrada 47”, de Vicente Ferraz.

Rodado todo em Fernando de Noronha, “Sangue Azul” conta a história de Pedro / Zolah, Homem Bala que volta à ilha onde nasceu para resolver fantasmas do passado com a família circense que o abandonou quando era criança.

O filme foi exibido no Festival de Berlim, em fevereiro, e recebeu críticas positivas pelas cenas deslumbrantes de natureza de revistas como “Variety” e “The Hollywood Reporter”. Tem ainda do elenco Sandra Corveloni, Matheus Nachtergaele e Milhem Cortaz.

Entre outros motivos, “Sangue Azul” chamou atenção por mostrar uma relação incestuosa entre Pedro e sua irmã Raquel, interpretada por Carolina Abras, de “I Love Paraisópolis”.

Em entrevista ao iG, Daniel de Oliveira falou sobre o personagem e as polêmicas acerca de “Sangue Azul”: “Pode por no seu portal que o filme tem muita cena de sexo”, avisa.

iG: O que te fez dizer “sim” para esse personagem?
Daniel de Oliveira:
O “sim” era inevitável. Fazer um filme com o Lírio Ferreira, na ilha de Fernando de Noronha, que tem a ver com o circo e que eu sou o Homem Bala? Não tinha o que pensar.

iG: O que você achou quando leu o roteiro?
Daniel de Oliveira:
Achei lindo. É louco pra caramba e tem uns pontos que pegavam, como a coisa do incesto. Eu já estava tarimbado nesse ponto porque fiz [cenas de incesto entre] pai e filho em “A Festa da Menina Morta”, que incomodou muito. Mas ele era mais punk, tinha uma cena de sexo forte. Foi um filme muito potente, fomos para Cannes com ele, mas muita gente não conseguia ver, até saía da sala. Mas o filme do Lirio é mais delicado nesse sentido. É mais suave e tem outros assuntos ao redor.

iG: O que você trouxe para o personagem?
Daniel de Oliveira:
Vou a circo desde muito pequeno. Quando morava em Minas, eu ia sempre. Minha família me levava e eu ficava louco quando via aquela tenda, e fico até hoje. Então busquei estudar acrobacia de solo, que me ajudou muito. O filme tem uma parte física que puxou bastante. Aprendi a fazer mortal, mortal pra frente, aprendi essas técnicas.

iG: Como você enxerga o Pedro / Zolah?
Daniel de Oliveira:
Ele volta para o passado porque não tem saída. Todo mundo que tem uma coisa no passado para resolver e a volta é importante. O Pedro fez isso, do jeito dele, como Zolah, porque ele tem umas questões que não conseguiu quebrar. A relação com a mãe é angustiante, ele não consegue perdoar as circunstâncias da vida, de ter sido abandonado. É um personagem que volta ao passado para resolver monstros que deixou. E tem essa relação incestuosa com a irmã, que acontece.

iG: Você acha que o incesto pode atrair ou afastar uma fatia de público que não está preparada para ver isso?
Daniel de Oliveira:
Hoje em dia é tão difícil falar sobre sexualidade. É um tabu, mas isso acontece muito no Brasil afora, e no mundo inteiro. Não acredito que vai afastar, mas é complicado porque tem gente que não consegue ver. O beijo gay, por exemplo, é uma coisa que tem que ser normal, tem que ser encarado dessa forma. “Quando vai ter o beijo gay da novela?” Que coisa mais chata. Acho atrasado esse pensamento em relação à arte. As pessoas não querem enxergar a sociedade como ela é.

iG: Cenas de sexo até hoje também causam comoção. Como foi isso em “Sangue Azul”?
Daniel de Oliveira:
Pode por no seu portal que o filme tem muita cena de sexo. Quem sabe assim as pessoas vão ao cinema para entender que essas cenas interagem totalmente com a história. Elas são lindas, cruas e verdadeiras. Elas são impactantes pela beleza. No “Sangue Azul”, o Lírio fez tudo com muita delicadeza. Outro dia falei que fazer [as cenas de sexo] foi como tomar um banho de sol e foi mesmo. Foram feitas no improviso, e é lógico que você não faz nada, mas está ali, vivo.

iG: Como foi o desafio físico de mergulhar?
Daniel de Oliveira:
Eu fiz um curso, nunca tinha mergulhado com cilindro, sempre com apnéia. Sempre gostei de mar, mas nunca tinha mergulhado. Fiz um curso básico e depois avançado. Mergulhamos à noite, em busca de objetos, cheguei a 43 metros debaixo d’água, cheguei a ter narcose. Foi muito prazeroso. O que você vê no filme não é nem metade do que a gente viveu na ilha.


Fonte: iG

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