A inflação em alta e o dólar caro vão reduzir o tíquete médio (valor médio dos presentes) do Dia das Crianças e do Natal. A estimativa é da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e foi divulgada nesta quinta-feira (6). O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro, comentou os motivos da queda.
- No Dias das Crianças teremos crescimento no volume de vendas, mas menor do que ocorreu no ano passado. Por isso acreditamos na redução no tíquete médio de R$ 50 para R$ 40 e o motivo preponderante é a inflação, que corrói o poder de compra das famílias. Além disso, há o dólar, que aumenta o valor dos importados.
De acordo com a CNDL, a redução do valor médio para os presentes se deve também ao aumento da participação do Nordeste nas vendas nacionais, onde o tíquete médio mensal é menor do que no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Inflação e dólar
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 7,23% em doze meses encerrados em agosto. O valor supera a meta esperada pelo governo, de 4,5% em um ano fechado, com tolerância de dois pontos (ou seja, inflação entre 2,5% e 6,5% no ano é considerada dentro da meta). O valor de agosto para os últimos doze meses também é o mais alto desde junho de 2005 (quando os preços aumentaram 7,27%).
O IPCA de setembro será divulgado amanhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geogafia e Estatísticas). A prévia do índice, o IPCA-15, registrou alta de 7,33% nos últimos doze meses.
Já o dólar fechou o mês de setembro com alta de 17,94%, a R$ 1,88. Esta foi a maior valorização mensal para a moeda americana desde setembro de 2002.
Natal
A CNDL também prevê desaceleração no crescimento das vendas do varejo no Natal em 2011. Em 2010, o crescimento das vendas do varejo para a data foi de 10,89%. Para 2011, a confederação prevê aumento de 6% a 7% para as vendas de final de ano na comparação com dezembro passado.
O tíquete médio do Natal também deve cair, embora a confederação não faça previsão de valores.
- Não falamos em valores de tíquete médio no Natal porque é uma data de presentes de todos os valores, desde um carro até presentes de R$ 1,99.
Para as festas de final de ano, a alta do dólar deve alterar a opção de compras para os brasileiros, que devem comprar menos os produtos importados (como eletroeletrônicos) e mais artigos nacionais (como cosméticos e perfumes). As roupas e calçados, que têm grande parcela de importados, não devem sofrer com a alta da moeda norte-americana, já que os contratos desses produtos já foram fechados para o Natal.
Fonte: R7