Vinte e quatro alunos da rede municipal que possuem algum tipo de deficiência recebem uma atenção especial na escola municipal Silvestre Péricles, localizada no Pontal da Barra. Eles são atendidos pela sala de recursos da escola, que realiza esse serviço desde 2017, e tem como maior objetivo, através de atividades especiais e dinâmicas, introduzir estas crianças na escola.
O ambiente conta com atendimento individualizado, considerando as necessidades de cada aluno, que é assistido em dois horários distintos. Em um dos turnos, as crianças com deficiência frequentam turmas em salas de aula regulares, porém são acompanhadas por um profissional em formação das áreas de psicologia ou pedagogia.
Eliane Carvalho é pedagoga da escola há 8 anos, e desde o ano passado tornou-se responsável pela a sala de recursos. “Tudo o que eu estudei não é nem a metade das coisas que eu aprendi na prática.Todos os dias eu me surpreendo mais com eles, muitas vezes todo o meu planejamento é mudado, porque eu tenho que me adaptar a eles”, afirmou.
Aos 3 anos idade, Diego Pereira foi diagnosticado com autismo no nível médio. Hoje, aos 12, através das atividades desenvolvidas na sala de recursos, a criança já consegue fazer sozinho coisas simples do dia a dia, como comer e ir ao banheiro.
Kelly Ane Pereira, mãe do Diego, disse que foi muito difícil deixar o filho ir para a escola porque ele era muito agressivo. “Eu notei uma melhora no Diego após o acompanhamento da Eliane aqui na sala de recursos. Além da melhora no convívio escolar e nas atividades que hoje ele consegue desempenhar, houve também no relacionamento em casa, principalmente com o irmão”, comentou.
Para Rejane Ernesto, pedagoga e assistente do Diego, o estudante deu muito trabalho no início, mas com as atividades desenvolvidas diariamente na escola, hoje ele consegue passar o intervalo brincando com as outras crianças. “As atividades praticadas com o Diego precisam ser avaliadas antes de chegar a ele, por conta de suas limitações. É preciso ter cautela e paciência”, destacou.
Rejane ainda falou que Diego tinha dificuldade em permanecer sentado na sala durante toda a aula. “Não é preciso ter essa separação. Ele é aluno como qualquer outro, e mesmo tendo o grau do autismo médio, ultimamente eu posso sair da sala para beber água e deixá-lo tranquilamente sozinho”, completou.
A mãe do menino conta que se assustou quando descobriu que o filho é autista. “Fiquei muito assustada quando descobri a deficiência do Diego. Não sabia o que era autismo e achei que meu filho não teria um futuro. É satisfatório hoje vê-lo interagir com outras crianças e observar o seu desenvolvimento. Só posso sentir gratidão.”, declarou.
Fonte: Ascom Semed