Em tempos de quarentena, garantir a saúde e a segurança das pessoas que estão passando pelo tratamento contra a dependência química nas 35 comunidades acolhedoras credenciadas à Rede Acolhe é uma das prioridades da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência de Alagoas (Seprev/AL).
Pensando nisso, desde o decreto de emergência que determinou o fechamento de igrejas, shoppings, centros comerciais, escolas privadas e públicas, as comunidades acolhedoras promoveram mudanças e se adaptaram para continuar oferecendo tratamento adequado para os dependentes químicos e segurança sanitária, tanto dos acolhidos quanto dos funcionários e colaboradores das instituições.
Medidas básicas, como lavar as mãos com água e sabão, higienizar os dormitórios, lavar as áreas de uso comum com mais frequência, utilizar álcool em gel nas maçanetas de portas, nos telefones e teclados de computadores foram reforçadas.
Antônio Carlos Magalhães, psicólogo e coordenador técnico da Comunidade Acolhedora São Paulo Apóstolo, situada no município de Coité do Noia, explica que, desde o início da pandemia, os gestores da comunidade estavam acompanhando a situação a fim de levar as primeiras orientações aos acolhidos.
“Estamos atentos para sempre seguir as orientações da Secretaria de Saúde e também da Seprev. Fizemos uma reunião interdisciplinar entre o presidente, técnicos, conselheiros e monitores com a presença dos atendidos pela Rede Acolhe para esclarecer o momento que passamos e conversar sobre a importância de acatar os cuidados para evitar contrair ou transmitir a Covid-19”, ressalta Magalhães.
Após a reunião, técnicos passaram a trabalhar o tema por meio de dinâmicas, palestras e reportagens visando minimizar as dúvidas sobre a doença entre o grupo.
“Diante dos sucessivos esclarecimentos nos grupos terapêuticos e de uma abordagem cotidiana realizada para que as diretrizes estabelecidas não sejam quebradas, o grupo tem se mostrado coeso às medidas de prevenção ao novo coronavírus”, disse o psicólogo.
Na Fazenda Esperança Santa Terezinha, em Marechal Deodoro, não está sendo diferente. Além de redobrar os cuidados com a higiene no cotidiano, os funcionários foram suspensos e novos acolhimentos também não estão mais acontecendo. Por lá, as visitas de pessoas externas e de grupos também foram proibidas.
“Também não recebemos visitas de familiares para termos esse controle de pessoas. Desse modo, estamos blindados. Com a situação, autorizamos o grupo a acompanhar os noticiários televisivos e entender um pouco mais sobre a gravidade da situação”, disse Osvaldo César, presidente da comunidade.
Para a titular da Seprev, Esvalda Bittencourt, a prioridade é garantir a integridade física e psicológica dos dependentes químicos que já se encontram acolhidos nas comunidades. “Este é um público que requer muita atenção nossa. Muitos, ao entrar nas comunidades para tratamento, já se encontram com a saúde muito debilitada, por isso precisamos garantir 100% de proteção”, declarou a secretária, ao lembrar que no início da pandemia foi enviado um protocolo de atendimento especial para o período de quarentena.
“Criamos alguns procedimentos e encaminhamos para todas as comunidades, seguindo as orientações dos órgãos de saúde e da própria Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania”, enfatizou Esvalda Bittencourt.
Fonte: Agência Alagoas