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06/05/2020 às 17h19

Geral

Estudo indica possível colapso do sistema de saúde em Alagoas por volta do dia 15

Comportamento da população diante das medidas de isolamento esta semana vai ditar a taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado

Gráficos de situações com intensificação de isolamento

Novas medidas restritivas foram anunciadas pelo Governo de Alagoas para reduzir o contágio da covid-19. Mas, de acordo com dados atualizados de um estudo realizado com a participação de professores da Ufal, se, em média, 70% das pessoas não deixarem de circular nos próximos dias, iniciando idealmente até a próxima sexta-feira (8), o colapso no sistema de saúde pode estar perto.

“A data provável do colapso sem intensificação de isolamento é 15 de maio”, conclui a pesquisa executada pelos professores Askery Canabarro, da Ufal em Arapiraca, Sérgio Lira, do Instituto de Física da Ufal e outros colaboradores.

Os gráficos apontam que com a intensificação do isolamento iniciando nesta quinta (7) ou até sexta (8), os alagoanos que necessitarem de UTI ainda encontrarão vagas, caso sejam entregues os 145 leitos a mais previstos pelo Estado. Os professores explicam que se a intensificação for tardia, após o dia 8 de maio, os últimos 70 leitos disponíveis serão ocupados em poucos dias, levando Alagoas ao colapso hospitalar e acelerando a curva de mortalidade tanto por coronavírus, quanto por outras patologias que necessitem de cuidados intensivos.

“Os gráficos mostram que a intensificação da quarentena pode ser a solução para evitar o colapso hospitalar, mas, como tais políticas não possuem efeitos instantâneos, a medida precisa ser tomada com antecedência. É preciso o engajamento da população neste momento, uma vez que já se tem conhecimento que hospitais da capital estão chegando ao limite. Assim, se antes já se fazia necessário todo cuidado, agora a precaução dever ser em dobro”, reforçam.

Acompanhamento dos dados

Os novos dados são parte do modelo matemático criado por um grupo de pesquisadores, que calcula a propagação da covid-19 no Brasil.

A colaboração remota foi concebida por três físicos do Instituto Internacional de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ajustada à realidade com a contribuição dos médicos que atuam em hospitais consolidados e centros de combate a doenças infecciosas. O trabalho envolveu físicos da Ufal e da UFRN (Askery Canabarro, Samuraí Brito e Rafael Chaves), médicos da Santa Casa de Misericórdia de Maceió (Elayne Tenório), do Centro de Teste e Aconselhamento de HIV/Aids da Bahia (Renato Martins) e da Escola Superior de Ciências da Saúde do DF (Laís Martins).

O estudo foi publicado pela Ufal no dia 14 de abril, quando os pesquisadores alertavam para a janela de tempo que ainda trazia esperança de uma tragédia em menor proporção. Na ocasião, eles já indicavam que o pico de casos simultâneos ocorreria por volta do dia 15 de maio. E se a taxa de isolamento social não elevasse com urgência, o país ultrapassaria os quatro mil mortos no dia 21 de abril. Contando com uma margem de erro, observamos que o Brasil não acentuou as medidas restritivas em muitas regiões e chegou a esse número quatro dias depois, em 25 de abril.

O alerta, considerando a eficácia comprovada pelo modelo, é para curva que registrou mais de 30 milhões de infectados por covid-19 no país se a taxa de isolamento, naquele momento, não atingisse cerca de 75%.

“É possível demonstrar que uma semana de quarentena intensa é muito mais eficaz do que várias semanas de isolamento voluntário com níveis em torno de 50% de isolamento. Precisamos ter o máximo de precaução para evitar que Alagoas não alcance estágios críticos como já vistos em outros estados da federação”.

As previsões dos professores Askery Canabarro e Sérgio Lira estão compatíveis com as últimas recomendações do Comitê Científico de combate ao coronavírus do Consórcio Nordeste. Em seu sexto boletim, dentre outras coisas, o comitê recomenda o lockdown de regiões mais afetadas caso a ocupação de leitos seja crescente e atinja 80% da capacidade máxima.

Confira o vídeo explicativo sobre os gráficos em anexo.


Fonte: Ascom Ufal

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