Por Dora Nunes, de Milão, Itália
O Teatro alla Scala de Milão anuncia mais de 60 atrações para a retomada das atividades com obras de artistas como Verdi e Beethoven, entre outros. São óperas, concertos, balés, shows e espetáculos, incluindo o público infantil, de setembro a dezembro, além dos projetos culturais do Museu do Teatro. Em comunicado, a direção do La Scala afirma estar feliz, apesar da situação completamente nova e das incógnitas, por ter reunido alguns dos mais prestigiados artistas do cenário internacional em uma programação densa e variada, capaz de responder ao desejo de retomar as atividades.
O entusiamo do retorno, entretanto, permanece sujeito ao estado de emergência causado pela pandemia e às intervenções regulatórias do governo italiano. A expectativa é de só no final de outubro poder retomar atividades cênicas com uso do palco e das produções artísticas para a preparação da obra inaugural da estação. Até lá serão mantidas as normas de segurança em vigor: os espetáculos serão executados em forma de concerto e serão observadas as regras de distanciamento no palco e na sala. O layout das poltronas à venda e a capacidade do salão, que atualmente conta com cerca de 740 lugares, foram adaptadas à legislação em vigor para conter a disseminação do COVID 19.
Os concertos sinfônicos foram retomados antes, já no início de setembro, com o Maestro Zubin Mehta e seguem nos dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro, com a Filarmônica della Scala e a soprano Camilla Nylund. Nos dias 14, 16 e 17 de outubro, Mehta conduzirá a Orquestra da Academia com participação da contralto Daniela Sindram, na Sinfonia Nº 3 de Gustav Mahler. Nos dias 21, 22 e 24 de novembro, o tradicional encontro barroco outonal será também um concerto, dirigido pelo Maestro Giovanni Antonini com a Orquestra do Teatro em instrumentos históricos e com a participação dos três contratenores Max Emanuel Cencic, Christophe Dumaux e Carlo Vistoli. Todos os shows estão programados sem intervalos para reduzir situações de contato interpessoal.
A temporada de óperas pós-pandemia foi iniciada em 15 de setembro com cinco apresentações da versão em concerto da famosa “La Traviata”, também conduzidas por Mehta. A partir de 6 de outubro, o Maestro Riccardo Chailly conduzirá Aida também em cinco apresentações em forma de concerto. O terceiro título de ópera é “La Bohème”, esta com a expectativa de 6 apresentações no palco para a partir de 4 de novembro, reproduzindo a encenação clássica de Franco Zeffirelli de 1963. Dois elencos se alternam nas apresentações dirigadas por Paolo Carignani. São eles: Marina Rebeka e Angel Blue como Mimì, Giorgio Berrugi e Charles Castronovo como Rodolfo, Aida Garifullina e Federica Guida como Musetta, George Petean e Simone Piazzola como Marcello, Giulio Mastrototaro e Mattia Olivieri como Schaunard.
A programação infantil, a partir de 7 de novembro, conta com seis apresentações de Cinderela dirigidas por Pietro Mianiti e uma série de concertos de câmara para famílias. O projeto infantil foi confirmado com a parceria principal firmada com a BMW, além da Italmobiliare e da Fundação Banca del Monte da Região da Lombardia, da qual Milão é a capital. Além disso, o concerto final da primeira edição do “La Scala faz Escola: Um coro na cidade”, iniciativa educacional promovida em colaboração com a Fundação TIM, que resultou na criação de coros infantis em escolas primárias de Milão.
Serviço:
Fonte: Painel Alagoas