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25/06/2021 às 15h30

Geral

Meme do “cringe” expõe diferenças e debate entre gerações

“Cringe”. Uma gíria em inglês que pode ser traduzida para algo como “mico”, “cafona” ou “vergonha alheia”. Ela vem sendo muito usada nas redes sociais em uma discussão que sempre acontece ao longo da história: o conflito entre gerações diferentes. Tudo começou com uma postagem no Twitter que levou os usuários da chamada Geração Z, nascidos a partir de 1999, a fazerem críticas e piadas a filmes, músicas, roupas e costumes apreciados nas décadas de 1980 e 1990, época da chamada Geração Y, pelos também chamados Millennials.

O meme que se espalhou pelas redes sociais e ganhou corpo até entre as celebridades é considerado pelos especialistas como uma versão moderna da dicotomia entre “quadrados” e “prafrentex”, ou “caretas” e “modernos”. De acordo com a professora Renata Laureano da Silva, preceptora do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), este conflito marca as diferenças entre os padrões culturais e comportamentais de pessoas nascidas em gerações diferentes, principalmente entre pais e filhos ou professores e alunos. Isso envolve ainda referências e costumes das chamadas Baby Boomers (1945-1964) e Geração X (1965-1984). 

“É uma demarcação interessante”, diz a professora, explicando que as modas e costumes acabam definindo padrões que caracterizam pessoas nascidas nas mesmas épocas. “Cada geração, a Millennial e a Z, se identifica por comportamentos, padrões, referências culturais. Quem é da mesma geração cria um laço entre os pares e, às vezes, pode surgir um conflito entre as outras gerações, quando as ideias e os valores são muito divergentes”, aponta Renata, citando uma brincadeira que ela costuma fazer com os alunos: “Enquanto você estava nascendo, eu estava no cinema assistindo Titanic” [filme de grande sucesso produzido em 1997 por James Cameron].

Mesmo com as divergências entre as gerações, considerar tais costumes, modas ou padrões como “certos” ou “errados” não é adequado para comparar uma geração em relação à outra. “A questão é entender que até na época dos nossos pais, por exemplo, eles não tinham acesso a determinadas informações que nos fazem pensar de determinada forma. A gente tem que ter uma certa calma e cautela, quando a Geração Z critica a Millennial de pensar que hoje eles têm um outro acesso a informação para mudança de pensamentos, de ideais e de valores”, orienta a professora da Unit.

O convívio entre jovens e antigos pode despertar o que a psicóloga chama de “solidariedade geracional”, na qual pessoas nascidas em uma determinada época aprendem e assimilam as causas e valores de gerações diferentes. “Eu acho que a gente tem que saber dialogar. Nessa solidariedade geracional, as gerações podem se apoiar. Um exemplo disso é a Geração Z ter uma preocupação e uma relação muito diferente com o meio ambiente. É tanto que a gente pode ver o aumento de pessoas veganas, das que se preocupam com a reciclagem. Então, a geração Millennial pode aprender muito com a Z nesse quesito. E a Z pode aprender muito sobre a questão do contexto de trabalho, pois alguns ainda não entraram no mercado de trabalho, e a Geração Y sabe como lidar com essas relações”, exemplifica Renata.


Fonte: Ascom Unit/AL

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