Nos últimos anos o número de trotes recebidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas havia reduzido, mesmo ainda atingindo um alto patamar. Mas, em 2021, este número voltou a crescer e foram registrados 106.721 ligações falsas através do 192.
Isso representa que houve um crescimento de 4% nos chamados falsas em relação a 2020, quando 102.393 trotes foram recebidos. Este índice é superior até aos 55 mil casos reais atendidos pelo Samu em Alagoas, ao longo de todo o ano passado.
Na Central Maceió, foram 62.103 ligações criminosas recebidas e 44.618 na Central Arapiraca. As duas Centrais regulam outras 35 Bases Descentralizadas pelo interior do Estado, além dos Serviços Aeromédico e de Motolância.
Crime – De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro (CPB), passar trote para serviços de emergência é crime e o infrator pode pegar de um a seis meses de detenção. O médico e supervisor do Samu Alagoas, Claubiano Moura, explica que mesmo com equipe especializada para detectar chamadas mentirosas, a ação resulta em perdas no atendimento.
“Antes de ser liberada a viatura, um Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) faz o preenchimento de uma ficha, solicitando dados do cidadão, endereço da ocorrência e já executa algumas técnicas para identificar a veracidade dos fatos. Ao fazer esse preenchimento de informações, alguém que de fato precise de atendimento pode estar esperando a linha desocupar e esse tempo resposta faz muita diferença”, ressalta o supervisor.
Depois que um TARM faz o preenchimento da ficha, a ligação é transferida para um médico regulador, que, de acordo com a descrição do caso, aplica outras técnicas para detectar se a ocorrência é verdadeira e libera as viaturas mais adequadas para atender as vítimas.
Conscientização – Boa parte dos chamados falsos vêm de crianças e adolescentes. Por isso, o Samu Alagoas realiza, desde 2014, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Projeto de Extensão Samu nas Escolas e já conseguiu registrar redução de 80% no número de trotes. Antes do programa, cerca de 500 mil ligações enganosas eram recebidas por ano.
Com palestras e atividades lúdicas, os graduandos dos cursos de Medicina, Enfermagem e de Serviço Social da Ufal, junto com os profissionais do Samu, levam informações e orientações para os pequenos sobre a importância de não passar trotes e de que forma essas brincadeiras de mau gosto prejudicam o atendimento de urgência e emergência realizado pelos nossos socorristas. Com a pandemia de Covid-19, a iniciativa foi pausada em 2020, mas deve ser retomada ainda este ano.
Fonte: Ascom Samu