Por Dora Nunes, de Amsterdam
O Vondelpark é o maior parque urbano de Amsterdã, com cerca de 50 hectares de área verde em formato retangular inspirado no estilo inglês. É considerado o pulmão verde da capital holandesa. Quem vive por lá costuma dizer que é um lugar encantado para relaxar em meio ao esplendor da natureza, fugindo do frenesi da cidade.
Foi fundado em 1865, chamado Nieuwe Park (Parque Novo), mas a partir de 1880 a estrutura recebeu o nome do poeta e dramaturgo holandês Joost van den Vondel, que viveu no século XVII. A estátua de Vondel começou a ser construída em 1864 pelo arquiteto Louis Paul Zocher. Alguns cidadãos abastados da cidade bancaram o projeto porque queriam uma área verde para desopilar sem desistir de suas paixões como cavalgar ou simplesmente caminhar.
No Voldenpark também se pode admirar obras de arquitetura dos anos 30, como a Casa de Chá circular azul, várias esculturas e instalações de obras de arte contemporâneas, o Vondelparkpaviljoen - um belissimo edifício de estilo neo-renascentista - e o Rosarium, um jardim de rosas preciosas e coloridas tulipas holandesas no interior.
A beleza do lugar não para por aí. Passear pelo parque é uma inigualável experiência multissensorial. Ao longo de cada pequenha caminhada uma paisagem ou um som para encher olhos e ouvidos. Lagoas com cisnes e patos, canteiros de flores, sons de esquilos, pássaros e fontes. E andando por ali não é surpresa encontrar papagaios, é normal na verdade, parece que o parque também é muito apreciado por eles.
A psicóloga organizacional carioca, Laiza Gomes, de 31 anos, mora há cerca de 4 anos em Amsterdã, ela veio a convite da empresa holandesa para qual trabalhava no Rio de Janeiro. Para Laiza, o Voldenpark é como estar em casa. “O que eu mais gosto é do espírito esportivo que tem no parque. As pessoas vão andar de biciclica, andar de patins, de skate. É um lugar para fazer atividade de física, sozinha ou em grupo, cercado pela natureza e no meio da cidade”.
Além disso, ela diz que esse espaço super saudável contrastando com a agitação da capital acalma e relaxa. Como boa carioca, acostumanda com a natureza exuberante do Rio de Janeiro, afirma que frequentar o Voldenpark é especial. “É um alento”, completa.
Não é à toa que 10 milhões de pessoa frequentam o parque nos dias ensolarados de verão. Banhos de sol nos enormes gramados, piqueniques, jogging, ciclismo e caminhadas. Mas é já nos primeiros raios de sol da primavera que o local começa a ficar muito mais movimentado e vai se enfeitando para a estação mais linda e também mais agradável (para mim) e também muito esperada por todos.
O Voldelpark é muito democrático, oferece uma grande variedade de comodidades para toda a família, jardins, lagos, playgrounds e trilhas, espaços criados exclusivamente para crianças, estátuas, muitas árvores antigas e uma ampla variedade de flores. Além de tudo isso, muitas facilidades como aluguel de bicicletas e skates, restaurantes, teatro ao ar livre (Openluchttheater) e eventos públicos ao longo do ano. Concertos clássicos e de jazz são frequentemente realizados no encantador pavilhão inglês.
Outra curiosidade do parque é que , desde 2008, as autoridades de Amsterdã liberaram sexo ao ar livre. A liberdade, entretanto, tem limites: os casais só podem fazer sexo à noite e longe dos playgrounds, não são permitidos gritos e as camisinhas têm de ser jogadas nas lixeiras. A medida vale para heteros ou gays. Na época, o porta-voz da prefeitura, Paul Van Griken, declarou que não seria uma perturbação para quem visita o parque “e sim uma medida para dar prazer para muitas pessoas”.
No Voldenpark é proibido, no entanto, passear com cachorros sem coleira e guia. A explicação é que os animais soltos podem causar aborrecimento nos visitantes e sujam o parque com sua urina. O parque está aberto o ano todo, 24 horas por dia e a entrada é gratuita.
Fonte: Painel Alagoas