Sebastião Costa Filho atuou por 19 anos no Tribunal de Justiça de Alagoas. - Caio Loureiro/Dicom
O desembargador Sebastião Costa Filho deixa o Judiciário depois de 36 anos dedicados à magistratura alagoana. Foram anos de muito trabalho e comprometimento à atividade judicante. "Sempre procurei cumprir com a minha obrigação de magistrado e sempre entendi que a minha obrigação de magistrado é escrever, é decidir".
Sebastião Costa ingressou no Judiciário em 1986, na Comarca de São Brás. Ele conta que, no início, as dificuldades eram imensas. "Eu trabalhava numa sala que não tinha nem seis metros quadrados, e a escrivã, Dona Vanda, me ajudou muito no início da minha carreira. Ela era muito rápida na datilografia e me ajudava nas sentenças".
O desembargador contou que, em São Brás, não tinha casa para morar e que nos três primeiros meses morou na casa de um colega, em Porto Real do Colégio, até conseguir um imóvel na comarca onde atuava. "Sempre entendi que o juiz de Direito tem que morar na comarca que atua. O jurisdicionado precisa muito do juiz", reforça Sebastião Costa, que desempenhou suas funções ainda em Girau do Ponciano, Traipu, Penedo e Maceió.
A perspectiva ao assumir o cargo de juiz era, segundo o desembargador, de alegria por seguir uma carreira para a qual tinha vocação. "Eu queria, dentro das possibilidades, fazer um pouco de justiça, exercer meu trabalho com dignidade, com respeito, com honestidade. O magistrado, acima de qualquer coisa, tem que se doar, cumprir com o seu papel".
Em 2003, ingressou no Tribunal de Justiça (TJAL) pelo critério de merecimento e, de lá para cá, ocupou os principais cargos, como presidente e vice, além de corregedor e presidente da Câmara Criminal. Também foi presidente, vice e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL) e exerceu de forma temporária o cargo de governador. "Eu digo sempre que Deus me deu demais. Deus me deu muito mais do que eu merecia".
Avanços
Nesse período de atuação no Judiciário, Sebastião Costa testemunhou muitos avanços. O principal, segundo ele, foi o tecnológico. "Sem esse avanço teria sido horrível para a Justiça superar a pandemia, porque não íamos ter como trabalhar, já que eram processos físicos".
Na avaliação do desembargador, o Judiciário de Alagoas funciona bem. "Temos várias turmas novas que entraram recentemente e que estão, realmente, dando um impulso muito grande ao Poder Judiciário". Sebastião Costa reforça ainda que a população pode confiar na Justiça. "O Judiciário é quem julga, é quem procura dar o direito. Ai da sociedade se não tivesse o Judiciário", afirma.
Agradecimentos
No próximo dia 21, Sebastião Costa completa 75 anos. Ele conta que fez muitos amigos dentro e fora do Tribunal. "Sou muito feliz, muito feliz por tudo que eu fiz, por tudo que eu sou e por, principalmente, ser um homem temente a Deus", disse o desembargador, que participou de sua última sessão de julgamentos nesta quinta-feira (15).
Sebastião Costa fez questão de agradecer à equipe de assessores que esteve com ele nesses 19 anos no TJAL. "A segurança jurídica que eu tive foi em decorrência dessa equipe maravilhosa. Eu reputo como uma das equipes melhores que eu acho que o Tribunal de Justiça já teve. São pessoas competentes, responsáveis e muito sérias".
O desembargador agradece ainda à família. "Tenho uma família maravilhosa, minha esposa e minha filha, meus netos e meu genro, que sempre me deram um estímulo e uma força muito grande para cumprir com as minhas obrigações".
E completa: "Entendo que cumpri com a minha obrigação e tenho certeza absoluta que sempre tive Deus acima de qualquer coisa".
O presidente da 3ª Câmara Cível, desembargador Domingos de Araújo Lima Neto, enalteceu o trabalho de Sebastião Costa e a atuação do amigo no Judiciário. "O desembargador Sebastião sempre pautou a sua vida pela decência, honestidade, clareza e firmeza e muito me honra concluir a sessão tendo na composição deste órgão uma pessoa como vossa excelência".
O desembargador Alcides Gusmão disse que a presença do amigo na magistratura era motivo de alegria. "Sempre representou o Judiciário de forma altiva. Ele demonstrou seu propósito de julgar bem e com independência", frisou.
Fonte: Dicom TJAL