O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou nesta segunda-feira (19) o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva pela participação na morte da estudante de fisioterapia Giovanna Tenório, assassinada em junho de 2011. As acusações são de sequestro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver e furto simples.
A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa Neto, baseia-se no rastreamento feito no telefone celular da vítima, encontrado com o caminhoneiro. Luiz Alberto afirmou à polícia que teria comprado o aparelho na Feira do Rato, em Maceió, no dia 3 de junho, um dia após o desaparecimento da estudante, encontrada morta dias depois em um canavial entre os municípios de Messias e Rio Largo.
No entanto, o rastreamento do celular, que teve seu chip trocado por outro em nome da esposa de Luiz Alberto Bernardino, mostra que o acusado fez ligações no dia 3 de junho, às 7h06, no bairro do Clima Bom, em Maceió, e às 8h57 em Arapiraca, o que excluiria a possibilidade do caminhoneiro ter passado pela Feira do Rato na hora indicada por ele.
Em novo depoimento, confrontado com o laudo do rastreamento do celular, Luiz Alberto mudou sua versão ter disse ter comprado o aparelho em um posto de combustíveis localizado no bairro do Tabuleiro do Martins, na manhã do dia 3 de junho. “Após diligências da polícia, restou verificado que o denunciado não esteve no local no dia informado”, aponta a denúncia do MPE.
“Outrossim, insta salientar que as provas técnicas acostadas aos autos, mormente os registros de ERBs do terminal do denunciado, confirmam que este encontrava-se na mesma localidade no momento do desaparecimento da vítima, como também informam que o denunciado esteve nas imediações da região onde foi encontrado o corpo de Giovanna”, alega o promotor.
Além da movimentação do aparelho celular, a polícia encontrou na casa do acusado tecidos idênticos aos utilizados para ocultar o corpo da estudante. “O cadáver estava parcialmente envolvido por uma toalha de mesa, confeccionada em tecido do tipo algodão, e por um forro de cama, também de tecido, de cor marrom com elástico nas duas extremidades, apresentando ambos (toalha e forro) as extremidades amarradas umas às outras, e partes de fitilho plástico (fio Ráfia) de cor escura amarrando outras partes da borda da referida toalha, formando uma espécie de embrulho”, afirma o MPE, citando o inquérito policial.
“Como resultado do mandado de busca e apreensão na residência dos pais do denunciado, foram apreendidos um lençol luva marrom com costura de cor clara, idêntico ao lençol que estava envolvendo o corpo da vítima quando foi encontrada, e um tecido aveludado vermelho cujas pontas estavam amarradas com cordão de ráfia de cor escura, de forma semelhante ao que fora encontrado o lençol que cobria o corpo da vítima”, aponta o promotor.
Diante das contradições, o Ministério Público decidiu denunciar o caminhoneiro e pedir a decretação da prisão preventiva do acusado. Ele já esteve detido em razão das acusações, mas atualmente se encontra em prisão domiciliar, com uso de monitoramento eletrônico.
Luiz Alberto teria dado suporte aos outros acusados pela morte de Giovanna Tenório, o casal Mirella Granconato e Antônio de Pádua Bandeira, para quem o caminhoneiro prestava serviços. Mirella está detida no presídio feminino Santa Luzia, enquanto Toni Bandeira responde às acusações em liberdade na semana passada.
Fonte: Tribuna Hoje