No dia 25 de novembro, o Brasil celebrou o Dia Nacional do Doador de Sangue. A data representa um convite para refletir sobre a importância de doar não apenas sangue, mas também outros hemocomponentes essenciais, como as plaquetas. No Banco de Sangue da Santa Casa de Maceió, doar ganhou um significado especial através da história do paciente Luciano Rocha e seu filho Gabriel, que, juntos, mantêm um legado de solidariedade.
É preciso entender que não há um substituto para o sangue e sua disponibilidade é vital em diversas situações. “Há casos que só podemos usar o sangue, não existe medicamento. Por isso que é tão importante ter sempre sangue em estoque. Quanto mais doadores diários, melhor para atender as necessidades dos pacientes. Pacientes oncológicos, cirúrgicos, nas emergências, para todos esses casos é preciso de ter hemocomponentes disponíveis”, afirmou a médica do Banco de Sangue, Socorro Albuquerque.
Diferente da doação de sangue convencional, em que material é coletado em sua totalidade, a doação de plaquetas é realizada por meio de um processo chamado aférese. Nele, uma máquina separa as plaquetas do restante do sangue, que é devolvido ao doador durante o procedimento.
“Nunca passei mal. A recuperação é rápida. Basta hidratar-se bem após o procedimento, e, em 20 minutos, você recupera praticamente as plaquetas que perdeu. Não é um processo doloroso, pois as agulhas são feitas a laser e você quase não sente nada”, relatou Luciano Rocha.
Luciano Rocha já registrou cerca de 80 tentativas de doações de sangue e plaquetas ao longo da vida
Até o momento, Luciano registrou cerca de 80 tentativas com 67 doações de sangue e plaquetas realizadas ao longo de sua vida, o que acabou inspirando uma nova geração de doadores na família. “Meu filho veio comigo fazer a primeira doação de plaquetas. Quero que ele siga a vida toda, até onde puder doar. A satisfação é grande de saber que pode contribuir com a vida de alguma criança que precisa desse hemocomponente”, conta.
Sua trajetória como doador começou aos 25 anos, após uma visita à ala de crianças com câncer, que antes ficava no Centro da capital alagoana. Na época, a coleta era feita dentro da Santa Casa de Maceió. Hoje, aos 49 anos, segue motivado pela situação dos pequenos pacientes e firme na decisão de que precisava fazer algo para ajudar.
“Se as pessoas soubessem o bem que faz ao doar plaquetas, doariam bem mais. É importante demais doar para quem se conhece, mas é melhor ainda doar para quem você não conhece. Seria muito bom se todos tivessem a oportunidade de visitar as alas de tratamento oncológico, ver o que passam as crianças e seus pais. Você entenderia o impacto do que está fazendo. É um choque de realidade”, finalizou.
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS – O processo para coletar sangue e plaquetas possui algumas diferenças. A doação de sangue é rápida, leva cerca de 20 minutos e exige um intervalo maior entre as coletas — geralmente, de dois a três meses. Já a doação de plaquetas, por ser realizada por aférese, dura de 60 a 90 minutos, mas pode ser feita com maior frequência, até 24 vezes ao ano, dependendo do organismo do doador.
Quem pode doar plaquetas?
Fonte: Santa Casa de Misericórdia de Maceió