O Instituto de Criminalística de Maceió informou nesta quarta-feira (04) que aguarda a retirada do ônibus envolvido no trágico acidente ocorrido na ladeira de acesso à Serra da Barriga, em União dos Palmares, para uma nova perícia. Um dos maiores obstáculos tem sido a impossibilidade de realizar uma quarta perícia, nas partes internas do veículo, que permanece em uma posição extremamente instável e perigosa.
Segundo os peritos criminais que estiveram no local na última segunda-feira (02), o ônibus está situado em um local de difícil acesso, preso pelas extremidades apenas pela vegetação nativa e com grande risco de deslizamento. Os trabalhos realizados pela equipe coordenada pelo perito criminal Nivaldo Cantuária, apontaram a impossibilidade de desmontar o veículo e realizar a perícia interna sem o risco iminente de um novo acidente, inclusive de colocar em risco as vidas dos integrantes da equipe pericial.
O chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, perito criminal Charles Mariano, ressaltou que a remoção do ônibus é fundamental para que o trabalho de investigação seja realizado com segurança. A impossibilidade de uma nova perícia devido ao risco de o veículo despencar já foi informada ao delegado responsável pelo inquérito policial que apura a tragédia.
“Visando garantir a segurança de todos, é imperativo que o ônibus seja deslocado para um terreno mais plano, de forma a eliminar o risco de capotamento adicional. Nas condições atuais, não é possível realizar a entrada no interior do veículo nem proceder à desmontagem de peças para uma análise detalhada, devido ao elevado risco de um novo acidente”, alertou Charles Mariano.
O trabalho da Polícia Científica iniciou-se logo após o acidente, com uma primeira perícia realizada na noite de 24 de novembro, focada na análise da pista e nos corpos das vítimas. Contudo, as condições de visibilidade reduzida e o risco para a equipe levaram os peritos a retornarem ao local na manhã de segunda-feira (25) para uma nova análise.
O perito crimina Marcelo Velez, responsável pelas perícias, explicou que nesse segundo momento foi possível realizar uma inspeção nas avarias mais evidentes do veículo e confirmar a posição em que ele parou. Embora a análise inicial tenha fornecido algumas pistas, a necessidade de uma nova perícia nas partes internas do ônibus é evidente para o esclarecimento completo das causas do sinistro que deixou 20 pessoas mortas.
Fonte: Aarão José / Ascom Polícia Científica