O consumo de cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como “Vapes”, tem crescido entre a população, especialmente jovens, passando a impressão de ser uma opção menos prejudicial do que o cigarro tradicional.
A assessora técnica do programa estadual do combate ao tabagismo, Tâmara Kely, explicou sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde. “Os cigarros eletrônicos estão sendo vendidos como produtos modernos e inofensivos, mas eles trazem riscos graves para a saúde, como dependência química, danos pulmonares, cardiovasculares e até psicológicos em longo prazo”, pontuou.
A assessora destacou ainda que o melhor comportamento é sempre evitar o consumo tanto de cigarros comuns quanto dos cigarros eletrônicos. “Não existe forma segura de consumir esses produtos. É importante que todos, especialmente os jovens, evitem começar com esse vício que pode gerar problemas sérios de saúde e até óbito”, reforçou Tâmara.
A assessora técnica lembrou que apesar da percepção de serem mais seguros para a saúde, os cigarros eletrônicos são igualmente nocivos. “São igualmente prejudiciais à saúde, contendo várias substâncias tóxicas causadoras de várias doenças e que levam a dependência aos seus usuários. A depender de seu tipo, um cigarro eletrônico pode ter a concentração de nicotina equivalente a de 20 cigarros convencionais”, destacou.
Além dos problemas de saúde, a comercialização e consumo desses produtos é ilegal no Brasil. “No Brasil, os cigarros eletrônicos são proibidos desde 2009 pela RDC n° 46 de 2009, a qual foi atualizada em 2024 pela RDC n° 855, onde proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos”, disse Tâmara.
“É importante destacar que os dispositivos eletrônicos são produtos fumígenos, assim, de acordo com o decreto n° 8262, de 31 de maio de 2014, que regulamenta a Lei n° 9294, de 15 de julho de 1996, é proibido seu uso em ambiente coletivo fechado, privado ou público”, completou a assessora.
Dados
Segundo informações da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), no Brasil, em 2023 a prevalência de adultos (maior ou igual a 18 anos) que fizeram uso diariamente ou ocasionalmente de cigarro eletrônico foi de 2,1%.
Para o secretário estadual de saúde, Gustavo Pontes de Miranda, é importante que a população seja orientada sobre esses produtos e entenda os riscos a que estão sujeitas. “Esses cigarros eletrônicos representam um risco real à saúde dos alagoanos. É essencial que todos evitem o seu consumo para sua segurança clínica e bem-estar físico e mental”, reforça o gestor da pasta estadual de saúde.
Ajuda para fumantes
Os fumantes que desejam parar com o vício de fumar podem buscar ajuda por meio do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, que presta cooperação técnica e apoio aos municípios. Em Alagoas, a iniciativa possui Núcleos de Atenção ao Fumante implantados nos municípios de Arapiraca, Coruripe, Campo Alegre, Craíbas, Jacaré dos Homens, Junqueiro, Igaci, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pilar, Piranhas e Teotônio Vilela.
Já em Maceió, existem Núcleos de Atenção ao Fumante no II Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá, localizado na Praça da Maravilha, no Poço; no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU); na Unidade de Saúde João Paulo II, no bairro do Jacintinho; no Núcleo de Atenção ao Fumante, que fica na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, para atendimento ao servidor; e na Clínica da Família José Aprígio Vilela, no Benedito Bentes.
Fonte: Agência Alagoas