Em abril do ano passado, o Governo de Alagoas fez história ao lançar o primeiro programa de transplantes da rede pública estadual de saúde, com habilitação do Hospital do Coração Alagoano, localizado em Maceió. Desde então, o Alagoas Transplanta salvou a vida de 16 alagoanos.
Do total, 13 foram transplantes renais, dois cardíacos e um hepático. Até o final de 2023, os transplantes de órgãos sólidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) eram realizados pela Santa Casa de Maceió. No entanto, em uma parceria inédita entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Ministério da Saúde, o Hospital do Coração Alagoano foi habilitado a fazer transplantes de coração, rim e fígado.
Para o governador Paulo Dantas, o programa Alagoas Transplanta é uma conquista significativa para a saúde no Estado. “Ao realizarmos transplantes em nossas próprias unidades de saúde, não só otimizamos recursos, como também garantimos um acesso mais ágil e eficiente a procedimentos que salvam vidas. Estamos fortalecendo o SUS e proporcionando à população serviços de saúde de alta qualidade”, salienta.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, o médico Gustavo Pontes de Miranda, o programa é um grande orgulho para Alagoas e é referência em procedimentos de alta complexidade. “Fico muito feliz de ver o nosso Estado desenvolvendo programas que são exemplos nacionais para a área da saúde. Pude acompanhar de perto as altas médicas desses 16 pacientes, que tiveram suas vidas transformadas através do Alagoas Transplanta”, enfatiza o titular da Sesau.
Mais do que um procedimento, um programa que salva vidas
No dia 13 de setembro de 2024, nos corredores do Hospital do Coração Alagoano, dava para perceber a agitação da equipe multiprofissional. Foi realizado pela primeira vez um transplante de órgãos sólidos na rede pública estadual. José Amorim Barbosa, de 43 anos, e Izaildo de Araújo, de 53 anos, foram os primeiros transplantados renais e deram adeus à máquina de hemodiálise.
Do município de Coité do Nóia, Izaildo Ferreira tinha insuficiência renal e estava preso a hemodiálise há uma década. “Só tenho a agradecer, primeiramente a Deus, e depois a todos os profissionais do hospital, que foram muito atenciosos e me trataram como se eu fosse da família deles. Foram 10 anos fazendo hemodiálise e saí bem melhor do que entrei. Muito grato por essa nova oportunidade de viver”, agradeceu o paciente.
O diretor-geral do Hospital do Coração Alagoano, Otoni Veríssimo, recorda desse dia tão especial para a história da unidade. “Estávamos muito animados e preparados para realizar os transplantes. Para nós que fazemos o Hospital do Coração Alagoano, é uma grande alegria ver nossos pacientes bem recuperados após a cirurgia. É sinal que temos uma equipe extremamente competente, especializada e técnica”, afirma o gestor.
A esperança que vive no sim
Para além do transplante e de transformar vidas, primeiro, é necessário a realização da doação de órgãos. Em um gesto altruísta e de amor ao próximo, a família do doador diz sim para poder salvar outras vidas mesmo em um momento de dor e perda.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Daniela Ramos, é muito importante conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. “Com o programa Alagoas Transplanta estamos ampliando nossas possibilidades e aumentando as chances de salvar vidas. Sem esquecer da importância do sim da família doadora, que, mesmo em meio à dor, prestou este ato de amor, permitindo que outras vidas fossem salvas”, reitera a profissional.
A primeira transplantada de coração, Jandair Marques, de 46 anos, se emocionou no momento da alta médica ao relembrar que terá uma nova vida após a doação e o transplante. “Eu só tenho a agradecer por essa nova chance. A gente nunca imagina que algo assim pode acontecer conosco, mas, graças a Deus, a equipe médica estava lá por mim. Hoje eu saio daqui com um coração novo, pronta para aproveitar a vida ao lado da minha família”, declara.
Fonte: Ascom Sesau/AL