O dia a dia das mulheres se torna cada vez mais exaustivo, com rotinas puxadas e cargas triplicadas. Isso impacta diretamente no físico e emocional, o que gera sobrecarga nos hormônios e dificulta o emagrecimento, por exemplo. Isso ocorre porque o equilíbrio hormonal é fundamental para diversos processos corporais, incluindo a perda de peso.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, 29,5% das mulheres têm obesidade, praticamente uma em cada três. O sobrepeso, por sua vez, foi encontrado em 62,6% delas. Com essa condição, muitas mulheres procuram por dietas restritivas e jejuns como a única forma de perder peso.
Segundo a nutricionista especialista em saúde da mulher, Andressa Ferro, é um senso comum a crença de que o processo de perda de peso ou até mesmo de melhorar esteticamente é fruto apenas de comer menos. "A mulher acha que todo esse processo vai se desdobrar ali no corpo através somente de um balanço negativo. A restrição calórica é muito necessária para que o processo de emagrecimento aconteça, para que o corpo utilize de outras fontes de energia. Entretanto, quando falamos de um emagrecimento saudável e sustentável é um desafio, porque ele contribui para um estilo de vida e necessita de uma regulação hormonal como um todo", pontua.
Hormônios como insulina, cortisol, leptina e grelina desempenham papéis cruciais na regulação do apetite, armazenamento de gordura e metabolismo. Eles funcionam como mensageiros químicos e desempenham um papel importante na regulação de inúmeras funções vitais, incluindo o metabolismo, crescimento, humor e reprodução. Esses mensageiros garantem que o corpo responda de maneira adequada às diversas demandas e estímulos internos e externos.
"A saúde dos hormônios é interferida pela saúde mental, pelo estilo de vida, pelo sono, momentos de descanso e lazer e até pelo contexto fisiológico da mulher. Todos esses pontos contribuem para que o hormônio continue funcionando, promovendo um equilíbrio do metabolismo e um emagrecimento sustentável", explica a especialista.
Além disso, o desequilíbrio pode afetar diferentes aspectos da saúde das mulheres como alterações na glicemia, no sistema nervoso e acúmulo de gordura. A elevação crônica dos níveis de cortisol também desencadeia uma série de consequências negativas para a saúde reprodutiva das mulheres.
Vários fatores podem contribuir para o desequilíbrio hormonal, impactando negativamente a saúde e o peso corporal, entre eles o consumo excessivo de alimentos processados, açúcares refinados e gorduras trans, estresse crônico, sedentarismo, sono insuficiente e exposição a toxinas.
"A gente tem uma gama de alimentos que podem ser prejudiciais, assim como os benéficos. Não só alimentos, mas também suplementos como ervas e chás fitoterápicos. Um exemplo prejudicial é a proteína de origem animal, que estão cheios de aditivos de hormônios, além da gordura, açúcares, farinha branca e até o álcool. Para se sustentar padrões de hábitos alimentares, que é o que vai trazer resultado, é preciso ter a mente boa e ser resiliente. A espiritualidade tem que estar muito bem alinhada para que a alimentação consiga ser constante e conquistar resultados", destaca Andressa Ferro.
Para os hormônios funcionarem envolve a questão física, ciclo e mente. Quando se pega um contexto de obesidade e sobrepeso, que é uma doença multifatorial, muito provavelmente a mulher traz um comer compulsivo a partir de traumas que ela passou. Isso se desdobra em comportamentos que vão prejudicar os hormônios e o emagrecimento.
"Quando se fala de equilíbrio hormonal não estamos falando de um período isolado, mas de toda uma vida da mulher. Por isso que muitas sofrem com desequilíbrio hormonal, efeito sanfona e com dificuldades emocionais. Vale ressaltar que a mulher recebe carga genética que pode contribuir no funcionamento dos hormônios", salienta a nutricionista.
Além disso, Andressa Ferro ressalta a importância de um acompanhamento. "Tem que lembrar que esse retorno, a reintrodução de hábitos saudáveis, precisa ser gradativa, orientada e cumprir um papel de ser respeitosa com o próprio processo. Esse nível de consciência é capaz de gerar muito mais resultado dentro de um processo de emagrecimento. Talvez a atividade física não seja o primeiro passo, porque tudo depende do contexto ao qual a mulher estava inserida. Às vezes o primeiro passo é dormir melhor, já que durante o sono há o tempo de reciclagem e produção hormonal e para se exercitar é preciso o descanso", conta.
Por fim, muitas mulheres utilizam a narrativa da tripla jornada feminina como um impeditivo para que comece a fazer pequenas mudanças na vida dela. No entanto, a especialista evidencia que não há um modelo perfeito para ser seguido.
"É preciso entender individualmente cada mulher. As pessoas acham que para conquistar seus objetivos é preciso empilhar coisas. Só que para uma mulher que já está cansada e sobrecarregada, empilhar mais coisas, por mais que elas acreditem que sejam coisas saudáveis, só vai a sobrecarregar mais ainda. A chave que destrava o processo de emagrecimento é entender o que cabe e o que não cabe, abrir mão do que não acrescenta e colocar novos hábitos naquele lugar", finaliza.
Fonte: Yezzi Assessoria de Comunicação