Com o objetivo de atualizar protocolos e reforçar práticas baseadas em evidências científicas no atendimento pré-hospitalar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Maceió realizou, nesta quarta-feira (7), o curso “Restrição de Movimento da Coluna (RMC)”. A capacitação ocorreu no auditório do Núcleo de Educação Permanente (Nep), no bairro do Farol, e contou com a participação de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas, divididos em duas turmas: manhã e tarde.
O curso foi ministrado pelo enfermeiro Wittames Santos da Silva, que atua na Central do Samu de Arapiraca. Durante o encontro, foram discutidas evidências científicas que desafiam o uso indiscriminado do colar cervical e da prancha rígida, tradicionalmente empregados há mais de 40 anos em vítimas com suspeita de trauma raquimedular.
Pesquisas recentes apontam que essas ferramentas, se utilizadas de forma inadequada, podem causar dor, estresse, desconforto, ansiedade, dificuldade no manejo da via aérea e até aumento da mortalidade devido à demora no transporte; mas que, se bem utilizadas, podem salvar vidas minimizando possíveis sequelas.
Outro ponto abordado foi a técnica de auto-extricação (retirada de uma vítima de um local onde ela não consegue ou não deve sair sozinha) controlada, que demonstrou ser a que menos provoca movimentação na coluna cervical em comparação com outras técnicas. A discussão também enfatizou que lesões instáveis na coluna podem evoluir para danos neurológicos graves caso não haja cuidado no manuseio da vítima, e que mudanças nos protocolos do atendimento pré-hospitalar são urgentes para garantir segurança e custo-efetividade.
"A imobilização da coluna é um tema delicado e exige conhecimento técnico e senso clínico. É fundamental que nossos profissionais estejam atentos à evolução das práticas para garantir um atendimento seguro e preservar a saúde do paciente", destacou a coordenadora do Samu Maceió, enfermeira Beatriz Santana.
Para o coordenador do Nep Maceió, médico Luiz Antonio Mansur Branco, “a qualificação constante é essencial para que os profissionais se atualizem e compreendam a aplicabilidade das novas recomendações. São essas atualizações que refletem diretamente na qualidade dos atendimentos realizados no dia a dia.”
O enfermeiro da Central do Samu Maceió Caio César da Silva Barros, que participou do curso, reforçou a importância da formação. “A capacitação em RMC faz o profissional se adequar aos principais protocolos com embasamento científico. Investir nesse treinamento é garantir que os profissionais do Samu atuem com segurança técnica, responsabilidade ética e excelência profissional, pilares fundamentais para a prática avançada no atendimento ao trauma.”
Ao final do curso, houve uma demonstração prática de utilização dos equipamentos, reforçando a correta aplicação das técnicas discutidas.
Fonte: Ascom Samu