O Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas e o Instituto Raízes da África, com apoio da Prefeitura de Maceió, realizaram o 1º Encontro de Saberes e Resistência Periférica para fechar a programação do “Maio Negro”, mês que marca a abolição da escravidão no país. O evento ocorreu na manhã deste sábado (31), no Residencial Jorge Quintella Benedito Bentes II, na parte alta da cidade.
A ação foi conduzida pela ativista e coordenadora do Instituto Raízes da África, Arísia Barros. A ativista contou que os temas debatidos no encontro serviram como reflexão e denúncia sobre a luta pela igualdade racial e os desafios que a população negra ainda enfrenta.
“Eventos como esse são importantes para revisitar histórias da periferia, ampliar vozes e, a partir das experiências compartilhadas, promover um aprendizado imersivo entre o racismo contemporâneo e a escravatura”, explicou.
Arísia ressaltou ainda a importância de fazer do tema um debate contínuo, durante o ano inteiro, e não apenas nas datas que fazem referência aos dias da abolição da escravidão e da Consciência Negra.
“Geralmente, só se trabalha essa questão da negritude nos meses de maio e novembro. Nossa proposta maior é combater essa invisibilidade histórica no resto do ano e despertar esse olhar da comunidade, do coletivo, pois o racismo é uma consequência natural da Lei Áurea. A partir do dia ‘14 de maio’, as coisas pioraram, porque ficamos sem espaço, sem casa, sem trabalho”, destacou Arísia.
A coordenadora do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, Edivânia Gatto, destacou que o coletivo foi criado para conscientizar e fortalecer as mulheres da periferia, muitas das quais viviam em situação de dependência dos companheiros e de violência doméstica.
“Além dos eventos de conscientização, o coletivo oferece assistência psicológica, cursos de artesanato, culinária, manicure, cabeleireiro e trança afro para mulheres da comunidade, incentivando o empreendedorismo e a autonomia financeira”, explicou Edivânia.
O encerramento do encontro foi brindado com uma roda de capoeira, conduzida pelo mestre Marcos e professor Feijão, do Grupo de Capoeira Filhos de Angola, e regado à degustação de frutas e feijoada, prato típico brasileiro e com forte influência da cultura africana.
Os eventos do “Maio Negro” contaram com apoio da Prefeitura de Maceió, por meio de concessão de espaço, tendas, doação de leite e cadastramento em programas sociais.
Fonte: Secom Maceió