Com a proximidade do inverno, que começa oficialmente no dia 20 de junho, especialistas chamam a atenção para o aumento dos casos de doenças respiratórias típicas da estação, como gripe, resfriado, rinite, bronquite e crises de asma. Para prevenir esses quadros, as principais orientações são manter a vacinação em dia, reforçar a higienização das mãos e utilizar máscaras.
Segundo a infectologista da Unimed Maceió, Mardjane Lemos, a queda de temperatura e a maior permanência em ambientes fechados favorecem a circulação de vírus. “No inverno, há uma combinação de fatores que contribuem para o aumento das infecções respiratórias, como o ar mais seco, a menor ventilação nos ambientes e a maior aglomeração de pessoas. Vírus como influenza, vírus sincicial respiratório, Covid-19 e o rinovírus tendem a circular com mais intensidade nesse período”, explica a médica.
“A vacina contra a gripe é a principal opção de prevenção contra as formas graves da doença. Ela reduz internações e óbitos, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. E, mesmo fora dos grupos prioritários, a população geral pode e deve se vacinar”, reforça a infectologista da Unimed.
Além da vacina, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alerta para a importância da higiene das mãos como forma de prevenir infecções respiratórias e outras doenças causadas por bactérias, fungos e vírus. A recomendação é lavar bem todas as partes das mãos com água e sabão. O uso de máscara, cobrindo a boca e o nariz, em ambientes fechados ou muito aglomerados também é apontado como medida essencial para evitar a transmissão de vírus respiratórios.
Além disso, os especialistas orientam manter-se hidratado, alimentar-se bem, praticar atividades físicas e usar roupas adequadas à estação, evitando choques térmicos. As pessoas com imunidade baixa devem redobrar os cuidados, e sintomas mais intensos devem motivar busca imediata por atendimento médico.
Boletim da Fiocruz aponta crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
Dados do mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz este mês, revelam um cenário preocupante quanto à circulação de vírus respiratórios no país. O levantamento é referente à semana epidemiológica 22, que compreende o período de 25 a 31 de maio de 2025, e aponta que já foram notificados 83.928 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) neste ano.
A SRAG é caracterizada por sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar e saturação de oxigênio abaixo de 95%. Os quadros podem evoluir rapidamente e demandar internação, especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades.
De acordo com o boletim, os principais agentes causadores são os vírus influenza A, vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus e coronavírus (Sars-CoV-2). Nas quatro semanas mais recentes analisadas — de 4 a 31 de maio —, entre os casos de óbito no país com diagnóstico confirmado para algum vírus, 73,4% foram provocados por influenza A, 12,8% por VSR, 10,4% por rinovírus, 5,1% por Sars-CoV-2 e 1,3% por influenza B.
A análise de tendência de longo prazo indica um sinal de crescimento no número de casos de SRAG no Brasil, especialmente impulsionado pela circulação contínua de influenza A e VSR em diversos estados. Em crianças pequenas, o VSR permanece como o principal responsável tanto pela incidência quanto pela mortalidade associada à síndrome, ao lado do rinovírus e da gripe (influenza A). Já entre os idosos, os óbitos por SRAG têm sido majoritariamente causados pelo influenza A nas últimas oito semanas.
A capital alagoana também exige atenção: segundo a Fiocruz, Maceió apresenta 95% de chance de aumento dos casos de SRAG, configurando estado de alerta na tendência de longo prazo.
Fonte: Assessoria