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17/06/2025 às 15h45

Geral

Professora indígena graduada pela Uneal fará doutorado na UERGS

Ela foi a primeira mestre do povo Wassu Cocal

Trajetória acadêmica de Simone Maria é um exemplo de determinação e coragem.

Pela primeira vez, Simone Maria dos Santos Vanderley deixará sua aldeia, em Joaquim Gomes. Ela foi aprovada no curso de doutorado em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e vai se mudar de Joaquim Gomes (AL) para o Sul do Brasil para fazer a pós-graduação stricto sensu presencial, a partir de agosto.

Integrante do povo Wassu Cocal, sua trajetória acadêmica é um exemplo de determinação e coragem. Simone é egressa do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind), na Universidade Estadual de Alagoas, onde concluiu a Licenciatura Intercultural Indígena em Matemática e Ciências Naturais.

Em 2023, terminou o mestrado em Educação na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Simone foi a única indígena da sua turma de pós-graduação na Ufal e a primeira professora do povo Wassu Cocal a conquistar o título de mestre.

Agora, o desafio é fazer o curso em outro estado, longe da sua comunidade, mas ela já está preparada. “A minha expectativa é dar voz ao meu povo dentro da universidade e me qualificar enquanto profissional, enquanto indígena, enquanto pessoa para melhor assistir ao meu povo em suas reivindicações pelo direito educacional, principalmente”, afirmou.

Além dos estudos, Simone também se dedica a diversas frentes de trabalho. É articuladora de ensino na Escola Estadual Indígena Professora Marlene Marques dos Santos; atua como formadora do curso “Ação Saberes Indígenas na Escola” pela Universidade Federal de Sergipe; participa, como uma das coordenadoras e idealizadora, de um projeto no município de Joaquim Gomes no qual a história da cidade está sendo escrita, e dá assistência à turma da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) em Matriz do Camaragibe.

Para fazer o doutorado, ela irá deixar todas as funções. “Vou ficar sem nenhuma dessas rendas. E esse é um dos grandes desafios: poder me manter na universidade. Minha única certeza é que eu não vou desistir e que eu vou conseguir o título de doutora, não para Simone, mas para os povos indígenas de Alagoas. Os povos indígenas de Alagoas merecem essa conquista e é pelo meu povo que eu vou em busca dela e vou conseguir”, frisou.

Para a coordenação do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND) da Uneal, “esta é uma conquista significativa não apenas para Simone, mas para todo o movimento indígena e acadêmico, evidenciando o impacto positivo das políticas afirmativas e do ensino intercultural em nossa instituição”.


Fonte: Ascom Uneal

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