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09/07/2025 às 15h00

Geral

Projeto Sankofa inicia novo ciclo formativo e celebra sucesso da 1ª etapa da formação em apoio psicossocial e saúde mental comunitária

Assessoria

Com base no compromisso de fortalecer os laços sociais rompidos pelo desastre socioambiental em Maceió, o Projeto Sankofa deu início ao segundo ciclo da formação gratuita de Agentes de Apoio Psicossocial e Saúde Comunitária, em julho. Após a participação e os resultados promissores do Ciclo I, a formação segue com novas turmas, reforçando a importância do cuidado coletivo na reparação de danos extrapatrimoniais.

Idealizado pela Escola Livre de Formação para o Cuidado em Saúde – Cuidar, em parceria com a Fundação de Ensino, Extensão e Pesquisa de Alagoas (Fepesa), o Projeto Sankofa integra o Programa Nosso Chão, Nossa História, uma iniciativa do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), executada pelo UNOPS, organismo da ONU. As atividades são voltadas ao desenvolvimento de ações comunitárias que fortaleçam o cuidado, o pertencimento e a memória dos territórios atingidos.

A formação, com duração total de 80 horas, é composta por ciclos formativos presenciais que unem teoria, prática, escuta e produção coletiva de saberes. As aulas acontecem no Centro de Excelência da Vida – Espaço Terapêutico, no período da tarde. O próximo ciclo, previsto para agosto, será realizado no turno da noite.

Segundo Renata Guerda, coordenadora do Projeto Sankofa, os desafios enfrentados atualmente, sejam eles econômicos, políticos, ambientais ou ligados à saúde, evidenciam que ciência, políticas públicas e participação comunitária devem caminhar juntas.

"O projeto surgiu justamente da urgência em criar formas de cuidado voltadas para situações de emergência e desastre. Também buscamos valorizar como as particularidades culturais e territoriais podem fortalecer redes de apoio psicossocial e contribuir para a resiliência das comunidades", destacou Guerda.

Ciclo I: relatos que fortalecem o caminho

O primeiro ciclo, realizado durante o mês de junho, contou com participantes de diversas áreas: saúde, educação, assistência social, cultura, além de lideranças comunitárias e representantes de coletivos e OSCs.

Os depoimentos reforçam o impacto transformador da formação. As pessoas relataram não apenas aprendizado técnico, mas também a construção de vínculos, o reconhecimento de territórios afetivos e o fortalecimento da escuta como ferramenta de reparação.

Para a psicóloga Bárbara Sakane, natural do Mato Grosso do Sul, a formação trouxe à tona o impacto do desastre para a população e comunidades locais em diferentes contextos: nas infâncias, na vida adulta, além de abordar atuações de fortalecimento coletivo enquanto população e agentes. "A experiência tem sido muito rica", garantiu.

Já Dilma de Carvalho, presidente do Comitê Gestor de Danos Extrapatrimoniais, acompanhou o início da formação do Ciclo I. "O Projeto Sankofa traz cuidado e conhecimento para as pessoas atingidas pelo desastre ambiental", afirmou, agradecendo pela existência do projeto.

Luana Souza, líder comunitária de Vila Emater, relatou que chegou ao projeto com medo e sem esperança, mas que a formação abriu seus olhos para situações que não conseguia enxergar.

 "O Sankofa me mostrou conhecimentos que eu não imaginava ter acesso. Hoje, só tenho a agradecer pelos ensinamentos dos professores e colegas. Espero que venham mais Sankofas, porque serei a primeira a participar novamente", assegurou a líder, que hoje colabora na mobilização de projetos na comunidade.

Educação como instrumento de reparação

A proposta pedagógica do Sankofa tem como fundamento a criação de práticas de cuidado conectadas às realidades vividas pelas comunidades. O projeto reconhece que a saúde mental é atravessada por memórias, afetos e contextos territoriais e, por isso, adota uma abordagem comunitária, crítica e afetuosa, alinhada aos princípios da reparação coletiva.

Ana Carla, oficineira do coco de roda, reforçou que a existência do projeto é essencial diante da tragédia e da violência ambiental que afeta toda a população alagoana, em várias camadas e profundidades.

"Estar com a oficina do coco de roda, retomando nossas identidades e saberes para o bem viver, é pensar o sujeito em toda a sua dimensão. É reconhecer que esse ser social carrega histórias e camadas, e que retomar os saberes é fundamental para que ele se compreenda no mundo", explicou.

Com o início do Ciclo II e novas turmas já em andamento, o projeto reafirma seu propósito de reconstrução social, reconhecendo saberes populares, fortalecendo redes de apoio e formando agentes multiplicadores de cuidado e escuta.

Para interessados na formação, o projeto disponibilizou uma lista de espera. Para se cadastrar, acesse: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc910ZQ0z00zLpsbF8U4Mad-IlUwpMWITFEn14MmV2MKBz83Q/viewform


Fonte: Assessoria

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