“Ser professor e profissional da saúde me exige ainda mais. Eu preciso ser exemplo na técnica, no cuidado e na ética”. A afirmação é do professor Elenildo Aquino, docente há 28 anos da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), que faz do ato de ensinar um exercício diário de responsabilidade e sensibilidade. Em uma instituição marcada pela integração entre ensino, pesquisa e assistência, os professores que vivem o SUS e formam para o SUS encontram no cotidiano das salas de aula e dos hospitais o verdadeiro sentido da docência.
Para o professor Elenildo Aquino, referência na Fisioterapia e com quase três décadas dedicadas à universidade, ensinar e cuidar são dimensões inseparáveis da mesma vocação. “A docência aumenta o meu senso de responsabilidade em tudo o que faço. Quando atendo, sei que também ensino; quando ensino, sei que também estou cuidando”, afirma.
Elenildo acredita que ser docente é um exercício permanente de coerência. “O professor precisa ser exemplo. Transmitir técnica, mas também humanidade. Formar com base em evidências, mas sem perder de vista o paciente como pessoa”, acrescenta.
A professora Ana Larissa Costa de Oliveira, vice-coordenadora do curso de Fisioterapia, compartilha a mesma convicção. Ela lembra que sua trajetória começou ainda na graduação, quando a monitoria despertou a vocação pela docência. “A carreira acadêmica se constrói aos poucos. Primeiro vem a vontade de compartilhar, depois o preparo: a especialização, o mestrado, o doutorado. O mais gratificante é reencontrar ex-alunos bem-sucedidos, atuando com ética, qualidade e orgulho da formação que receberam na Uncisal”, conta.
Para Ana Larissa, ensinar hoje é também enfrentar novos desafios. “A tecnologia aproxima, mas distrai. O excesso de estímulos compete com a atenção. Cabe a nós reinventar a forma de provocar reflexão, fazer o estudante pensar, e não apenas reproduzir o que lê”, completa.
O olhar de quem aprende
Para os alunos e egressos, os professores da Uncisal representam mais do que fontes de conhecimento. Eles são referências vivas de compromisso e empatia. Em cursos onde a prática e o ensino se entrelaçam, o exemplo é a principal ferramenta de aprendizagem.
A terapeuta ocupacional Isa Mariana Santos Silva, ex-aluna da Uncisal e hoje residente em Atenção à Saúde da Mulher no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que as experiências vividas com professores e preceptores marcaram sua forma de atuar.
“Eles traziam as vivências reais do SUS para dentro da sala de aula, mostrando os desafios e as conquistas. Isso amplia o nosso olhar e fortalece a nossa formação para além da técnica”, afirma a egressa da Uncisal.
Isa guarda ainda uma lição que levou para a vida profissional: “A terapia ocupacional é única, ela acontece onde quer que você esteja”. Segundo ela, a frase ensinou a não fragmentar o cuidado, mas a enxergar cada pessoa com seu ritmo, sua história e sua força própria.
A estudante de Medicina Sarah Gomes de Sousa também reconhece a força desse aprendizado. “Ter aula com quem vive o SUS é ver a realidade por dentro. Eles nos mostram que ser médico vai muito além de dominar a técnica: envolve empatia, adaptação e compromisso com as pessoas”, conta.
Sarah cita uma frase que se tornou guia na formação: “O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”. Para ela, a citação fez entender que o conhecimento só faz sentido quando serve ao outro.
Já a aluna Flavyelle Maranhão, do curso de Fisioterapia, destaca o mesmo sentimento. “A maioria dos nossos professores está inserida no SUS, e isso muda tudo. A formação deixa de ser teórica e passa a ser real. Eles nos mostram que a fisioterapia é um ato de cuidado, de cidadania e de transformação social”, resume.
Para Flavyelle, aprender com quem atua na rede pública é o que prepara o futuro profissional para os desafios da saúde coletiva. “Somos ensinados a ver o paciente de forma integral, com consciência social e respeito à diversidade. Isso é o que faz a Uncisal ser diferente”, conclui.
Homenagem
A reitora da Uncisal, Pollyana Almeida, reforça que o Dia do Professor é um momento de reconhecimento e gratidão. “Hoje é um dia muito especial, de carinho e de profunda gratidão a cada um dos mestres que dedicam suas vidas à formação, à pesquisa e ao cuidado com as pessoas. A rotina do professor nem sempre é fácil, mas seguimos juntos, dialogando e buscando avanços reais para a valorização da docência. As lutas que sempre abracei como professora continuam agora, com o compromisso de fortalecer cada vez mais o papel de quem faz a Uncisal acontecer todos os dias”, afirmou.
Fonte: Ascom Uncisal