Com mais de R$ 108 mil em vendas e o reconhecimento do público, a Feira Negócio na Grota foi um dos destaques da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, encerrada no último domingo (9). A iniciativa do Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (Iplam) reuniu 14 empreendedores de comunidades urbanas que celebraram o sucesso das vendas e o fortalecimento do empreendedorismo comunitário.
Criada para impulsionar o empreendedorismo nas grotas de Maceió, a feira teve três edições realizadas e se consolidou como uma importante vitrine para pequenos negócios das comunidades urbanas e favelas da capital alagoana. O espaço foi um dos principais polos gastronômicos da Bienal, com uma grande variedade de opções culinárias e um público constante ao longo dos 10 dias de evento.
Segundo Lycianne Porfírio, coordenadora de Estudos e Soluções para Grotas e Comunidades Urbanas do Iplam, a participação dos expositores na Bienal foi um marco de transformação pessoal e profissional.
“Muitos deles vivenciaram, pela primeira vez, a experiência de expor seus produtos em um grande evento cultural e com um público tão diversificado. Isso trouxe visibilidade, novas oportunidades de negócio e um sentimento de pertencimento e valorização. Além das vendas, o principal impacto foi o fortalecimento da autoestima e a certeza de que o trabalho deles tem espaço e reconhecimento fora das comunidades”, destacou.
Com o tema “Brasil e África”, a Bienal do Livro em 2025 celebrou a conexão cultural entre os dois continentes. Um dos símbolos desta herança esteve presente na feira: o acarajé, alimento sagrado das religiões de matriz africana e ícone da culinária brasileira, representado pelo Tabuleiro da Negona, empreendimento da empreendedora Séfora Kelly.
“O movimento aqui tá sendo maravilhoso, foi além das minhas expectativas. Estou conseguindo atingir o meu objetivo. A gente faz planos, metas, e eu só tenho a agradecer. Esse é um evento voltado para o povo preto, e estou me sentindo muito bem representada”, afirmou Séfora.
O sucesso do acarajé também foi confirmado pelos visitantes. O estudante Victor Augusto aprovou o sabor e a proposta da feira. “Escolhi comprar aqui, tanto pelo preço quanto pela variedade. A feira está muito interessante, e o acarajé está muito bom, tudo novinho, quentinho e muito gostoso”, revelou.
Outra empreendedora que comemorou os resultados foi Carla Pollyanna, do Caldinho das Nordestinas. “O impacto foi surreal, né? Já perdemos as contas de quantos clientes atendemos por dia. Tem sido muito importante para mim, como empreendedora, poder mostrar o meu trabalho e o meu tempero”, contou.
Com números expressivos e histórias inspiradoras, a Feira Negócio na Grota reafirma seu papel como instrumento de inclusão produtiva, valorização cultural e fortalecimento da economia comunitária. Além de funcionar como um espaço de vendas, o projeto evidencia que as comunidades urbanas de Maceió têm talento, sabor e potencial para ocupar grandes eventos e conquistar novos públicos.
Fonte: Ascom Iplam