Em parceria com o Governo do Estado, em comemoração ao bicentenário de Alagoas, o artista plástico, escritor, cordelista e xilogravador alagoano, Luiz Natividade, que este ano soma mais de 30 anos de arte, em 1080 xilogravuras, 23 cordéis e mais de 70 exposições, leva o projeto “Natividade de Xilogravuras” às escolas alagoanas, com a realização de oficinas para estudantes.
De acordo com o artista, a ideia é disseminar a xilogravura, despertar talentos e manter viva esta arte, tendo como foco principal os jovens estudantes. E a primeira foi a Escola Estadual Moreira e Silva, no Cepa, mas a previsão é que o projeto percorra todo o Estado.
“A xilogravura estava desaparecendo das capas dos cordéis e em Alagoas são poucos xilógrafos. Temos o grande mestre Enéas Tavares, com 81 anos; o João Gomes, que veio de São Paulo; e eu, que desenvolvia este projeto há 17 anos na Bahia. Maceió será o portal de entrada da minha arte e quero levar a todas as cidades de Alagoas. O Moreira foi a turma de estudantes mais educados que já tive em meus projeto, talentosos, desenhistas, todos estão de parabéns, uns se destacam por gostar dos desenhos. É uma alegria trazer esta arte para meu Estado, nesta parceria com o Governo do Estado”, revela Luiz, que é natural de Junqueiro.
Aprendizado
Além de aprender teorias e técnicas da xilogravura, a desenhar, os participantes aprendem ainda a confeccionar as ferramentas. Todos os participantes recebem certificação. “Este curso é o primeiro contato com a xilogravura, mas aposto que ninguém mais vai parar de fazer gravuras após estas oficinas”, garante o artista.
Os estudantes Rafael Antonio, Ana Thayse e Juciele dos Santos, todos do Ensino Médio, aprovam o curso. “Gostava de desenhar, mas nunca tinha feito isto na madeira e também em grupo, achei divertido. A xilogravura envolve mais detalhes do que os outros desenhos e os detalhes são as partes principais”, declara Juciele.
“Minha família trabalha com carpintaria e eu já tinha contato, mas nunca desenhado na madeira. Aprendi muito”, afirma Rafael Antônio.
“Sempre desenhei em papel, mas xilografia tinha curiosidade em aprender. O que mais chamou a atenção foi trabalhar com a madeira e fazer a cópia. E ainda ter a honra dos nossos trabalhos serem expostos junto aos do professor, que é um mestre”, ressalta Ana Thayse.
Exposição
Os trabalhos desenvolvidos pelos estudantes na oficina ficarão expostos juntos aos do artista, de 30 de setembro até 21 de outubro, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Jaraguá. “Aproveitamos para convidar a população alagoana para conhecer de perto estes trabalhos”, convida Luiz Natividade.
Fonte: Agência Alagoas