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03/04/2018 às 18h20

Cultura

Missão desembarca em Alagoas com missão de desbravar arte popular

Aventureiros conheceram aproximadamente 40 artesãos em 16 municípios - Assessoria

Imagine um local onde o artesanato possui uma infinidade de estilos e de materiais. Há quem faça homens ou mulheres de cerâmica; pássaros de madeira; linhas viram renda, bordados ou peças de algodão colorido; existe também quem transforme palha de Ouricuri ou Bananeira em jarros, bolsas, chapéus, entre outras coisas. Em Alagoas, os artesãos utilizam materiais diversos, que resultam em produtos tão plurais quanto as paisagens que acompanham os quase 28 mil km² de extensão territorial.

Para conhecer tudo em seus mínimos detalhes seria preciso uma caravana nas diferentes regiões, percorrendo o Litoral, Agreste, Sertão, Zona da Mata, entre outras. Foi com essa missão que a Associação de lojistas AsCabras, que conta com a participação de empresários de cidades como Ribeirão Preto, São Paulo, Sorocaba, São Paulo e Belo Horizonte, desembarcou na última semana, no estado. 

Da faixa litorânea ao sertão, os aventureiros conheceram aproximadamente 40 profissionais em 16 municípios. Não é a primeira vez que uma expedição desta acontece em Alagoas. Só AsCabras já estiveram no estado outras duas vezes e o objetivo da última visita foi garimpar peças da arte popular. Para o Diretor da Associação, Ricardo Pedroso, normalmente nenhum dos integrantes visitam o mesmo local com tanta frequência, mas a riqueza e diversidade das obras e peças alagoanas foi um impulso para retornar.

“Alagoas é um estado pequeno em tamanho, mas talvez um dos maiores em artesanato e arte popular. Ele tem uma variedade grande de produtos com uma qualidade fantástica e super criativos. Além dos bolsões de talento como Iha do Ferro, que conta com dezenas de artesãos talentosos. Então em cinco dias de expedição, percorremos boa parte do estado e sempre voltamos de caminhão cheio”, afirma Pedrosa.

De acordo com informações de Pedrosa, nesta edição da Expedição AsCabras aconteceu um recorde de compras, estimado em aproximadamente R$ 100 mil. Só o artista da Ilha do Ferro, Petrônio Farias, e o seu filho, Yang, comercializaram aproximadamente 120 peças de pequeno a grande porte.

Petrônio, que é conhecido por sua arte rústica de esculpir bancos, cadeiras, figuras exóticas, bonecos e miniaturas, encara a visita da AsCabras como uma maneira de divulgar para outros estados a arte dos moradores que vivem às margens do São Francisco.

“Para os artistas ribeirinhos é muito importante essas ações, assim podemos espalhar nosso trabalho Brasil afora. Imagine se ninguém nos visitasse como seria difícil vender”, pontua Petrônio, que esculpe há mais de 15 anos.

Já no município de Capela, há 50km de Maceió, foi a vez de conhecer a ceramista Maria Luciene da Silva, popularmente conhecida como Sil. Aluna do Mestre João das Alagoas, a artesã costuma retratar em sua arte o cotidiano da vida no interior. Para Sil, a expedição é uma oportunidade para dar visibilidade ao trabalho dos artesãos locais.

“É muito bacana vê esse pessoal por aqui, afinal são pessoas de fora que vão levar nosso nome além das fronteiras. Quem sabe até rodar o mundo”, imagina Sil, que tem obras em outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Descoberta

Apontado por Pedrosa como a revelação da Expedição, o artesão do município de Belo Monte, Jasson, afirma que não conseguiu comercializar mais porque não tinha outras peças disponíveis em seu atelier. “É muito bacana e estimulante vê as pessoas valorizando seu trabalho, comprando todas as peças disponíveis no atelier”, afirma Jasson.

A simplicidade e os detalhes em suas obras cativaram todos os lojistas. “Todo mundo ficou encantado com ele. Um artista com um trabalho maravilhoso que estava um pouco escondido e agora vai fazer sucesso daqui pra frente. As pessoas que viram as fotos, os lojistas que não puderam comparecer, estão perguntando ‘quem é?’ e querendo encomendar”, revela o diretor das AsCabras, Pedrosa.

Outro artista que não passou despercebido foi o Chico Cigano, de Batalha. Com peças em madeira, Chico esculpe há mais de 50 anos e suas peças já viajaram o mundo para países como França, Bélgica e Itália. “Às vezes passamos um período sem vender, expedições assim, movimentam a nossa arte”, opina Chico.

Após passar por municípios como Capela, Viçosa, Marechal Deodoro, Coruripe, Piaçabuçu, Penedo, Campo Alegre, Porto Real do Colégio, Arapiraca, Lagoa da Canoa, Batalha, Belo Monte, Pão de Açúcar, Palestina e Ilha do Ferro, a expedição foi encerrada durante o Festival Alagoas Feita à Mão, que aconteceu em Maceió, no Parque Shopping, no último domingo (26).

No Festival, os lojistas conheceram mestres artesãos como o André da Marinheira do município de Boca da Mata. Esculpindo há mais de 35 anos, a experiência e os traços de suas obras chamaram a atenção dos visitantes. Em um único dia do Festival, André vendeu 14 peças. “Além de tudo que já comercializei no primeiro dia, recebi algumas encomendas. Fico muito feliz com essa valorização do nosso trabalho”, afirma André.

Para a gerente de artesanato e design da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico, Daniela Vasconcelos, a expedição busca abrir novos mercados para esses profissionais.

“Na verdade essa expedição acontece há três anos e sempre estamos recebendo lojistas diferentes e isso faz com que o artesão perceba o verdadeiro valor da produção dele e como é importante ele se dedicar a esse ofício e saber que sua peça pode chegar em outros lugares. Além de contribuir com a geração de renda deles, afinal os lojistas sempre compram várias peças”, afirma Daniela.


Fonte: Assessoria

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