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29/08/2016 às 17h30

Geral

Pesquisadora do Instituto Butantan visita a Ufal e propõe parcerias

"O Instituto Butantan está de portas abertas para a Ufal", convidou a bióloga Mônica Lopes

Mônica Lopes narrou os resultados obtidos em 20 anos de pesquisa

A pesquisadora Mônica Lopes, diretora do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada do Instituto Butantan, esteve na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), à convite da Pro-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação  (Propep) e do Instituto de Ciências Biológicas (ICBS). A cientista proferiu a palestra Desvendando o veneno dos peixes peçonhentos, narrando os principais resultados de 20 anos de pesquisas realizadas no Instituto Butantan. Ela foi apresentada ao público presente pelo pró-reitor Alejandro Frery e pela diretora do ICBS, Iracilda Lima.


Mônica Lopes é alagoana, iniciou a graduação em Biologia na Ufal, no antigo CCBI, na praça da Faculdade. "Foi nesse período que assisti a uma palestra do professor e pesquisador Ivan da Mota, imunologista do Instituto Butantan, que despertou em mim o encanto pela pesquisa. Tive a oportunidade de fazer um estágio no Instituto e fiquei em São Paulo para continuar meus estudos", contou a pesquisadora.

A cientista concluiu a graduação em Ciências Biológicas, em 1990, na Universidade de Guarulhos (UNG) e o doutorado em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). O pós-doutorado foi realizado no Instituto Butantan na área de Bioquímica e Farmacologia. "Os meus estudos sobre peixes peçonhentos iniciaram-se por uma espécie aqui de Alagoas, conhecida como peixe Niquin", contou Mônica Lopes durante a palestra.

Aos pesquisadores e estudantes que estavam na sala, a pesquisadora Mônica Lopes detalhou as principais descobertas de duas décadas de pesquisa sobre os peixes peçonhentos. "O que chamou a minha atenção, desde o início, foram os relatos médicos de vários acidentes ocorridos com esses peixes no litoral alagoano, com pescadores, mariscadores e banhistas. No entanto, existiam poucas pesquisas sobre os efeitos deste veneno no corpo humano", destacou a pesquisadora.

Após definir o objeto de estudo, Mônica Lopes relatou alguns passos importantes no processo de pesquisa. "A primeira etapa é fazer um levantamento bibliográfico. É preciso começar buscando o que já foi pesquisado sobre o tema escolhido. Foi assim que cheguei a estudos realizados pelo biólogo H.P. Froés, em 1932, na Bahia, sobre um peixe peçonhento encontrado no litoral baiano", narrou Mônica.

A pesquisadora destacou alguns aspectos importantes da evolução tecnológica e da infraestrutura garantida para o laboratório que ela coordena. "Temos um laboratório muito bem equipado, com uma equipe multidisciplinar e financiamento pela Fapesp garantido para os próximos anos. Como alagoana, tenho muito orgulho de voltar à minha casa de origem e dizer que o Instituto Butantan está de portas abertas para a Ufal", convidou a diretora do laboratório de Toxinologia.

Mônica Lopes buscou motivar ainda mais aos pesquisadores presentes, ressaltando que a pesquisa sobre os peixes peçonhentos ainda é uma campo muito vasto a ser explorado. "De um modo geral, as pessoas se preocupam com a picada de cobras e de escorpiões e tendem a subestimar a peçonha dos peixes. Mas o veneno injetado pelo peixe Ninquim causa dor, inchaço, inflamação, necrose dos dedos dos pés e das mãos e pode levar a um choque anafilático e à morte", alertou a bióloga.

A cientista destacou ainda que o estudo do veneno dos peixes é importante não só para conhecer os efeitos no corpo humano e buscar o tratamento adequado, mas para outras finalidades médicas e farmacológicas. "O veneno é também um antígeno. Estamos pesquisando essa memória imunológica de longa duração, que pode nos levar a produzir vacinas que não precisam de reforço anual, por exemplo. Também estamos estudando como essas descobertas podem colaborar no tratamento de doenças como a Asma e a Esclerose Múltipla", destacou Mônica Lopes.

A pesquisadora também apresentou como foi o processo coordenado por ela para a implantação do biotério de Zebrafish. Inaugurado em 2015, com capacidade para criar até três mil peixes adultos, o biotério permite a utilização dessa espécie para pesquisas científicas. "O zebrafish apresenta várias vantagens. Ele apresenta uma taxa alta de reprodutividade, no nosso biotério, conseguimos de 400 a 600 embriões por dia. Também é uma espécie que se desenvolve rapidamente e fácil de manipular e observar", destacou a pesquisadora

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Alejandro Frery, considerou muito positiva a visita da pesquisadora Mônica Lopes. "Podemos estabelecer parcerias muito produtivas. Alguns professores já manifestaram interesse em participar de um treinamento no Instituto Butantan para a instalação de um biotério de Zebrafish na Ufal. Também queremos aproveitar sempre que a professora vier à Alagoas para visitar a família ou participar de eventos, para convidá-la a compartilhar conosco as novidades sobre as pesquisas que desenvolve", ressaltou o pró-reitor.


Outro aspecto destacado pelo pró-reitor foi o apoio que a pesquisadora Mônica Lopes pode dar para o planejamento da pesquisa na Ufal. "Mônica Lopes elogiou os projetos de pesquisa que ela avaliou da nossa Universidade, destacando que são de boa qualidade. Essa é uma declaração relevante porque vem de uma pesquisadora com muita experiência nesta área de elaboração e execução de projetos de pesquisa. Ficamos muito felizes em contar com essa colaboração", finalizou o pró-reitor.


Fonte: Ascom Ufal

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