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Agora no Painel Juros do cartão de crédito sobem e atingem 429,5% ao ano em junho
08/01/2024 às 07h00

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Ano novo, dívida velha


A festa terminou, os presentes foram entregues – muitos já até trocados – e a conta chegou... Como não poderia deixar de ser, a euforia consumista veio cobrar seu preço e o que poderia ser um início de ano tranqüilo, transformou-se em uma confusão de boletos, faturas em atraso, cheques especiais estourados e um baita stress.

Duas notícias que li na semana me preocuparam... A primeira é que de acordo com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e com o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) , a inadimplência atinge 66,57 milhões de consumidores, possivelmente influenciada pelos juros ainda altos, preços salgados, efeitos da pandemia ainda presentes e, ingrediente que nunca falta: o velho e conhecido o descontrole nas contas (Acesse os dados da pesquisa no primeiro link ao final do artigo).

A segunda é de que a captação da poupança em 2023 (nos dez primeiros meses do ano) foi negativa em quase R$ 100 bilhões , o que significa que saíram mais recursos do que entraram na caderneta, este instrumento tão popular de investimentos (Acesse a reportagem no segundo link ao final do artigo). Bem, como ouvi de muitos amigos que, após terem detonado o cartão nas festas de fim de ano, iriam se preocupar com a fatura somente agora em janeiro, não consegui desvincular os dois acontecimentos: será que essa galera tem saldo para liquidar suas faturas? Ou entrará nos rotativos do cartão e nos limites dos cheques especiais para temporariamente resolver seus descontroles? E você, meu caro leitor, minha cara leitora, também se encontra em tal situação? (Espero que não!)

Entendo que o início de ano endividado seja pior do que o meio de ano, por razões várias: (1) há as férias escolares e com elas uma maior pressão por gastos em viagens, lazer e muitos outros; (2) férias escolares somente para as aulas, pois as matrículas, o material escolar e até mesmo as primeiras mensalidades não tiram férias... e isso para colégios, cursos de idiomas e demais atividades extra-classe; (3) chegam os carnês do IPTU, e mesmo considerando que é possível pagá-los em prestações, perde-se a excelente oportunidade dos descontos pelo pagamento à vista, pagando-se – pelo menos no Rio – mais do que 1,5% ao mês por conta deste novo empréstimo; (4) chegam os prazos do IPVA e aqui também, parcelar o imposto também não me parece boa idéia, com taxas bem superiores à do IPTU; (5) não há a possibilidade – para os que saem de férias agora – de receber metade do décimo-terceiro (de 2024!), um reforço extra no caixa disponível para quem adia as férias para os meses seguintes. Nada muito promissor para quem não foi previdente.

Assim, para o longo prazo, sugiro que você redobre a sua atenção e procure evitar que isso se repita no próximo ano: após ter acertado suas dívidas tenha como meta constituir uma reserva exclusivamente destinada ao fim de 2024... o que, reconheço, demandará muita persistência!

E para o curto prazo, o tradicional receituário para casos de febre financeira aguda: (1) calcule as taxas mensais de cada dívida; (2) dê prioridade para liquidar aquelas que evoluem mais rápido (as que cobram as maiores taxas); (3) use os saldos de suas aplicações (se você as tiver) para reduzir o total devedor; (4) negocie na rede bancária opções de empréstimo com taxas mais civilizadas do que as que hoje você paga. (5) E por último, CALMA!

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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