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23/07/2025 às 18h00

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O futuro de Pedro

O futuro de Pedro

Habituados como estamos a conviver com uma grande maioria que trabalha ligada a alguma empresa – se você, meu querido leitor, minha querida leitora, acha que exagero, pesquise entre seus amigos os que vivem nesta situação – acabamos por desconsiderar uma legião de outros profissionais que, pela natureza de sua ocupação, exercem suas atividades sem qualquer vínculo empregatício. Médicos, dentistas, pequenos empresários, motoristas de taxi e de aplicativos, e tantos outros se enquadram neste caso. Como estas pessoas deveriam montar suas estratégias para, no dia em que perderem o pique para tanto esforço, conseguirem manter seu padrão de vida? É o seu caso? Então o artigo de hoje vem em boa hora. Acertou quem percebeu que iremos falar de previdência. Acompanhe meu raciocínio!

Pedro, 30 anos, trabalhador autônomo, preocupado com seu futuro, resolveu poupar para, aos 65 anos, ter garantido parte de seu sustento. Assim, valendo-se de algum produto financeiro de baixo risco disponível no mercado (fundo de investimento, títulos públicos ou privados, planos de previdência) pensa em aplicar R$ 200 mensais. Suponha agora que nosso amigo consiga obter 2% anuais de rentabilidade além da inflação, já descontadas taxas de administração, carregamento, imposto de renda e demais custos. Garantindo que também reajustará sua contribuição de acordo com a inflação acumulada a cada ano, ao final deste prazo terá o equivalente a R$ 121.083. Caso viva até os 95 anos, mantidas as mesmas condições de rentabilidade, conseguirá uma renda mensal de R$ 445,71, valor que subirá para R$ 610,49 caso viva até os 85 anos ou para R$ 1.111,31 caso viva até os 75 (todos os valores expressos com poder de compra atual, já que estarão corrigidos pela inflação acumulada no período).

Uma alternativa que Pedro deve averiguar é cadastrar-se como contribuinte individual do INSS. Neste caso, pensando no cenário mais caro (onde ele paga tanto a sua parte como a do empregador), para um salário-de-contribuição de R$ 1.000, irá arcar com 20% deste valor (R$ 200) para, conseguir receber R$ 1.000 mensais a partir dos 65 anos, com poder de compra atual pois o INSS reajusta anualmente os valores, do benefício e da contribuição. Com 30 anos de idade e 35 de filiação ao INSS, Pedro conseguirá parar aos 65, o que pelas atuais exigências previdenciárias (idade mínima, tempo de contribuição e pontuação de 100, correspondente à soma de sua idade com os anos de contribuição) irá lhe proporcionar o benefício. Outras idades e tempos de contribuição poderão alterar para cima ou para baixo os R$ 1.000 citados.

Dá para perceber que salvo se Pedro vier a falecer prematuramente, antes dos 76 (pelo IBGE aos 65 a expectativa é de que viva por mais 18 anos), a alternativa oficial me parece mais vantajosa, pois irá lhe garantir R$ 1.000 de renda enquanto viver, sem contar outros benefícios como auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte. Caso Pedro não fosse Pedro, e sim Maria, além de mais um benefício, o salário-maternidade, não precisaria contribuir por 35 anos, mas sim por 30 (calma Maria, trato de você em futuro artigo).

Mas atenção: Pedro poderá optar pela previdência oficial contribuindo com 20% até o limite do teto previdenciário, correspondente hoje ao benefício de R$ 8.157,41 mensais. Acima deste valor, ficará por conta de sua paciência e perseverança conseguir acumular mais por outros instrumentos.

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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