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07/10/2025 às 20h45

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A estratégia que faz empresas crescerem em qualquer cenário (até mesmo na crise)

Nos últimos meses você deve ter notado: fornecedores subindo preços, clientes demorando para fechar, impostos aumentando, crédito sumindo… parece que a corda sempre arrebenta do lado do empreendedor, não é? Pois saiba que essa é a realidade de milhares de micro e pequenos empreendedores no Brasil — e não é de hoje.

O problema é que, diante desse cenário, a maioria dos donos de negócio entra em “modo pânico”. Cortam investimentos importantes, atrasam fornecedores, perdem noites de sono. Mas existe um caminho diferente. Um caminho que não é baseado em sorte nem em “reza brava”, mas em gestão. E é isso que vamos conversar agora.

Respira fundo. A ideia aqui não é te dar uma aula chata, mas abrir os olhos para um jeito mais inteligente de conduzir seu negócio quando tudo parece conspirar contra.

Gestão Financeira Anticíclica: o nome complicado para uma ideia simples

Você já reparou como algumas empresas parecem “imunes” às crises? Enquanto uns fecham as portas, outros anunciam expansão. Enquanto uns cortam equipe, outros contratam.

Foi exatamente isso que vimos na pandemia: muitos negócios não estavam preparados, não tinham caixa, não tinham visão de futuro — e acabaram fechando. Ao mesmo tempo, outros empresários conseguiram se reinventar, ajustar seus processos e até aproveitar oportunidades que surgiram. Não foi sorte, foi preparo.

Parece mágica, mas não é. Isso se chama Gestão Financeira Anticíclica. Esse termo chique nada mais é do que preparar seu negócio para agir de forma inteligente quando o mercado está turbulento. Em vez de “andar no escuro”, você acende a luz e enxerga o que precisa fazer. Você cria margem de manobra para decidir e deixa de ser refém do mercado.

Isso envolve três coisas simples, mas poderosas:

1.  Conhecer profundamente seus números;

2.  Revisar processos antes de cortar custos;

3.  Ter uma reserva estratégica para investir quando todos estão paralisados.

Quando você domina esses três pilares, o medo dá lugar à clareza. E clareza é poder. Então vamos analisar cada um deles

1. Conhecer profundamente seus números

Muita gente acha que conhece os números da própria empresa, mas no fundo só olha o básico: faturamento e saldo na conta. É como dirigir um carro só olhando o marcador de combustível. Você até anda, mas não faz ideia da velocidade, da temperatura do motor, do óleo, da pressão dos pneus… qualquer descuido pode parar tudo.

Conhecer profundamente os números é ter consciência real do que tá acontecendo no negócio. É saber qual é a margem de lucro de cada serviço ou produto, qual é o ponto de equilíbrio mensal, quanto custa manter a operação de pé, onde o dinheiro realmente entra e onde ele tá sendo drenado.

E por que isso é tão importante? Porque sem essa clareza, você toma decisões no escuro. Aí vem a pergunta que dói: você tá comandando o negócio de forma estratégica ou só reagindo ao que aparece? Se a resposta for a segunda, cuidado. O “achismo” pode até segurar por um tempo, mas cedo ou tarde ele cobra caro. Quem domina os números, domina o futuro do negócio.

2. Revisar processos antes de cortar custos

Na hora do aperto, o instinto natural do empresário é sair cortando tudo. Tira daqui, enxuga dali, cancela um monte de coisa e pronto: o problema parece resolvido. Mas a verdade é que isso é só um alívio temporário e muitas vezes destrutivo. Cortar custos sem critério pode comprometer a qualidade, desmotivar a equipe e até afastar clientes.

A saída inteligente é diferente: é olhar os processos de perto antes de meter a tesoura. Perguntar: “Será que estamos fazendo isso da forma mais eficiente?” “Será que existe um jeito mais simples, mais rápido, mais barato de entregar o mesmo resultado?”

E aqui vem a provocação: quantas vezes você parou pra questionar a forma como sua empresa faz as coisas? Se a resposta for “quase nunca”, pode ter certeza de que há dinheiro escorrendo pelos dedos sem você perceber. Às vezes, não é sobre gastar menos, e sim sobre gastar do jeito certo. Quando você revisa processos, você elimina desperdícios invisíveis, ganha eficiência e consegue cortar custos sem cortar valor.

3. Ter uma reserva estratégica para investir quando todos estão paralisados

Agora vamos falar de um ponto que separa os sobreviventes dos que crescem: a reserva estratégica. E não estou falando aqui de guardar dinheiro por guardar. Estou falando de construir um colchão financeiro que te dá tranquilidade e, ao mesmo tempo, poder de decisão.

Essa reserva funciona como um escudo e como uma arma. Escudo, porque te protege quando os imprevistos aparecem: atraso de cliente, aumento de fornecedor, queda nas vendas. Você não entra em desespero, porque tem fôlego pra aguentar. Mas também é uma arma, porque te dá a chance de aproveitar as oportunidades que surgem justamente quando todo mundo tá paralisado.

E a história mostra: é nos momentos de crise que aparecem as melhores chances. Fornecedores mais abertos a negociar, concorrentes enfraquecidos, talentos disponíveis no mercado. Quem tem reserva consegue avançar. Quem não tem, só sobrevive.

Então me responde sinceramente: se amanhã surgisse uma oportunidade única pra sua empresa crescer, você teria caixa pra agir ou ficaria de mãos atadas? Essa resposta pode dizer muito sobre o futuro do seu negócio.

Crises não definem empresas, revelam quem está preparado

No fim das contas não é sobre números frios, planilhas complicadas ou termos técnicos. É sobre sobrevivência e liberdade. É sobre ter controle do seu próprio negócio, em vez de ser controlado pelas crises, pelo banco ou pelos fornecedores.

E o que mais assusta é perceber quantos empreendedores ainda tocam suas empresas no “piloto automático”, sem clareza, sem reserva, sem margem de manobra.

E aqui deixo uma reflexão: Você está construindo um negócio preparado para o futuro ou apenas tentando apagar incêndio todo mês, se apoiando no “achismo” e na intuição?

Porque crises sempre vão existir. Pandemias, inflação, juros altos, concorrência mais agressiva… cada ano traz um novo desafio. A questão é: você vai esperar ser engolido por eles ou vai se preparar para atravessá-los de cabeça erguida?

A boa notícia é que nunca é tarde pra começar. Mas cada dia que você adia, mais dinheiro escorre pelos dedos e mais refém do mercado você se torna.

Então, se ficou alguma coisa desse artigo, que seja isso: em tempos de crise, não é a turbulência que define o destino de uma empresa, mas sim o quanto ela estava preparada para enfrentá-la.


Negócios & Economia por Antonio Siqueira

Antonio Siqueira é alagoano, natural de Água Branca. Graduado em Administração de Empresas (UNIT) com especialização em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria, possui formação técnica em Gestão da Qualidade e em Gestão de Ativos e Investimentos para Empreendedores.

Atuando com gestão financeira há mais de10 anos, seu objetivo como Consultor é elevar os resultados financeiros a um patamar de excelência para empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em ambientes desafiadores.

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