A grande dúvida
De acordo com a decisão dos ministros da Primeira Turma, todos os condenados — com exceção de Mauro Cid — devem iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, ou seja, em uma prisão. A grande dúvida recai sobre o destino de Bolsonaro. Essa decisão cabe ao ministro relator da ação penal, Alexandre de Moraes, que pode autorizar prisão domiciliar. Caso Moraes decida enviá-lo à prisão, três opções estão sendo avaliadas: uma cela na Superintendência da Polícia Federal, uma cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda ou um quartel do Exército. As Forças Armadas já solicitaram ao STF que Bolsonaro não fique em instalações militares. Celas para receber o ex-presidente na Papuda e na Polícia Federal já estão preparadas. A defesa de Bolsonaro pretende pedir a prisão domiciliar em razão de seus problemas de saúde e da idade do ex-presidente.
Isolado
O ministro Luiz Fux teve um comportamento muito diferente do exibido na quarta-feira, quando leu eloquentemente seu extenso voto por mais de 12 horas. Nesta quinta-feira, diante de um plenário claramente incomodado com sua decisão e com o tempo que gastou para proferi-la, Fux adotou uma postura bem mais comedida. Passou quase todo o tempo de cabeça baixa enquanto a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin liam seus votos, evitando contato visual. Fux praticamente não participou dos descontraídos apartes entre os ministros. Ao que tudo indica, saiu do julgamento bastante isolado na Corte, em especial na 1ª Turma do STF.
Surpresa nos EUA
Nos EUA, Donald Trump se disse surpreso com a condenação. O presidente americano afirmou acreditar que Bolsonaro foi um bom presidente para o país e classificou a decisão do STF como “muito surpreendente”. Trump ainda comparou o julgamento de Bolsonaro com os processos que enfrentou nos Estados Unidos entre seus dois mandatos. Coube ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, fazer as ameaças de praxe, afirmando que seu país vai “responder adequadamente” ao que chamou mais uma vez de “caça às bruxas”. No Brasil, o presidente Lula respondeu às ameaças afirmando que o país não teme novas sanções de Washington. “Eles precisam saber que não estão tratando com uma republiqueta de banana”, disse o presidente.
Contra a anistia
Horas antes de a Primeira Turma sacramentar as condenações, Lula disse, em entrevista à TV Band, que o Executivo vai agir contra o projeto que anistia os golpistas. “O governo vai trabalhar contra a anistia. Isso está escrito, gente. Está desenhado já se sabe quem foi que fez isso [o golpe], quem ia fazer, não tem mais o que discutir”, afirmou.
Com informações da Folha/Estadão/Globo e UOL
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