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24/07/2021 às 18h40

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O golpe de Arthur Lira

 

PARA REFLETIR

“Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”. (Nelson Rodrigues)

Disse recentemente que “Arthur Lira, só pensa em Arthur Lira” e nós alagoanos o conhecemos bem. Na política venceu por sua astúcia e enorme capacidade de articulação. Nasceu politicamente pelas mãos do pai, ex-senador e hoje prefeito da Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira, ganhou espaço próprio e hoje é o segundo na ordem sucessória da república, como presidente da Câmara dos Deputados, embora impedido de exercer o cargo de chefe da nação , por ser réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de crime de corrupção( coisas da vida pública brasileira), além de processado por sua ex-mulher, por violência doméstica ( lei Maria da Penha). Conquistou a principal liderança do Centrão, que o presidente Jair Bolsonaro “alugou” a preço superfaturado, para lhe dar sustentação no legislativo.

O alagoano Arthur Lira tornou-se tão poderoso, que se acha capaz de dar um “golpe branco” para mudar o sistema de governo no país, propondo um esdruxulo e equivocado modelo a ser gestado por uma Emenda Constitucional, atropelando a própria Constituição Federal.

Ele quer, na verdade, criar um falso parlamentarismo, até porque o Brasil já adota um semipresidencialismo desde a promulgação da Constituição de 1988, quando conferiu atribuições ao Executivo e Legislativo que são típicas do parlamentarismo  A Constituição ainda dá poderes ao presidente para editar medidas provisórias, com força de lei e outras matérias eu podem ser modificadas pelo Parlamento.

A atuação do presidente se assemelha a de um primeiro ministro, tendo que se entender com o Congresso desde o inicio do seu mandato, até o final, na busca de manter uma maioria que lhe garantirá a governabilidade. Temos aqui um presidencialismo de coalizão, que nada mais é que o semipresidencialismo.

O que quer Dom Arthur?

Poder, mais poder, é o que busca o presidente da Câmara dos Deputados, com o Executivo ainda mais refém do que se verifica hoje. Lira e sua turma buscam, claramente, dificultar a vida do próximo presidente e já apostam que será Luís Inácio Lula da Silva, pode ter certeza. Com a adoção de um novo sistema o famigerado Centrão ganharia ainda maiores poderes, inclusive o de indicar o primeiro ministro.

Desde o início do ano Arthur Lira já assume os ares de primeiro ministro informal, impondo ao presidente Bolsonaro uma agenda retrograda, conservadora e cheia de suspeições.

Fico com a opinião do articulista Kennedy Alencar que pontua em sua coluna: “O desejo de Arthur Lira é dar um golpe parecido com o de 2016, quando Dilma foi derrubada com um impeachment, sem crime de responsabilidade. Seria um golpe “limpinho” com essa conversa fiada que valeria para 2026.

Davi Davino, o diferenciado

O deputado Davi Davino Filho é daqueles políticos que se pode antever um futuro vitorioso. Na última eleição chegou a bater na trave e por pouco não virou prefeito de Maceió se tivesse ido para o segundo turno. Meu primeiro contato com ele foi exatamente na campanha passada e confesso, me surpreendi com sua desenvoltura política. Além do que é atencioso, centrado e convence o eleitor se mostrando por inteiro. É diferente de tudo o que está aí, uma maioria de interesseiros que só pensam no voto e depois de eleitos sobem no pedestal, cercados de proxenetas, que os adulam enquanto estiver no poder. Anote esse nome: Davi Davino Filho e depois confira.

Renan Calheiros: o troco

O senador Flávio Bolsonaro está apavorado com a proximidade com que a CPI está chegando nas comprovações dos crimes do pai presidente. Em represália denunciou o senador Renan Calheiros, na PGR, por abuso de autoridade. Aí recebeu o merecido troco:” A democracia tem contornos às vezes de ficção.  mesmo quem foge dos promotores há anos sistematicamente pode ir à sede do Ministério Público Federal. No Brasil, até a milícia denuncia”. Disse o senador – Voto com o relator.

Alfredo Gaspar

O secretário Alfredo Gaspar, nasceu em berço de predominância jurídica e altos padrões de moralidade, uma tradicional família alagoana. Muito jovem ainda fez carreira no Ministério Público, do qual se tornou um dos mais destacados membros, chegando ao topo da carreira ao ocupar o cargo procurador geral de Justiça. Largou a sua brilhante carreira pelo desejo de servir à sua cidade e teve um desempenho atrapalhado por fatores que só a política local pode explicar. Mergulhou e logo ressurgiu como secretário de Segurança Pública, cargo que já havia ocupado com êxito. É inteligente, preparado e ama o que faz. Tem sido apontado, pelo seu extraordinário trabalho, como um dos melhores secretários do sistema de segurança do país. Seu cacife político está em alta e certamente o conduzirá para uma disputa eleitoral com chance de vitória.

Bolsonaro despenca

No rumo que vai, antes de terminar esse destrambelhado governo, o presidente Jair Bolsonaro não terá nem um ministro para chamar de seu. A cada dia perde mais força para o fisiologismo e o jogo sujo do Centrão. Agora mais uma vez descumpre promessas de campanha e se dobra diante das exigências do grupo mais nocivo da política nacional, cujos objetivos são os mais espúrios possíveis.

Com a popularidade em queda livre, Bolsonaro vai promover reforma ministerial para fortalecer sua base de sustentação no Congresso Nacional. Deverá puxar o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, para a Casa Civil e vai desmembrar o Ministério da Economia, recriando o Ministério do Trabalho.

Pílulas do Pedro

Prefeitura de Arapiraca dá péssimo exemplo e ainda agride cidadão, por reclamar falta de álcool gel nos locais de acesso ao público.

Governador gaúcho, Eduardo Leite, apoia Rodrigo Cunha para o governo de Alagoas. Ai pronto! Decidiu a eleição.

Cães e gatos estão passando fome e morrendo nas ruas de Maceió. Um mínimo de atenção à causa era bom, mas animais não votam.


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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