A deputada federal Alê Silva (PSL/MG), que se define como “conservadora”, diz que as críticas ao veto do presidente ao projeto que previa a distribuição gratuita de absorventes íntimos para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema, são “mimimi”, e sugeriu às mulheres que não têm condições de comprar o produto que usem “paninho” no lugar dele.
“Sou do tempo em que usávamos paninhos, que a cada mês eram lavados e passados para serem novamente usados. Não tinha mi, mi, mi, aínn o governo tem que me dar, escreveu a deputada no Twitter. “Por que em 13 anos de PT nunca houve a distribuição "gratuita "de absorventes? Por que apenas dois países no mundo aderiram à prática?", emendou a parlamentar.
Se aos 47 anos de idade, a deputada bolsonarista usava paninhos em sua adolescência ao contrário dos absorventes íntimos, era uma opção dela, certamente, nunca uma necessidade! Convenhamos! Os absorventes íntimos começaram a ser produzidos no Brasil em 1945, já o o.b., primeiro absorvente interno lançado no País, chegou às prateleiras em 1974. Ou seja, Alê Silva, que nasceu em 1974, não tinha como não conhecer a existência do produto desde que começou a menstruar.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 milhões de mulheres vivem sem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas no Brasil. A dificuldade para comprar esse tipo de produto tem sido chamada de pobreza menstrual. Ainda segundo a ONU, uma em cada quatro jovens brasileiras falta às aulas no período menstrual. Elas perdem cerca de 45 dias letivos por ano.
A tendência é que o congresso nacional derrube o veto do presidente.
Aleluia!
Em tempo: A deputada Alê Silva pode continuar a usar seus paninhos, lavá-los e passá-los mensalmente, é bem o “mimimi” que a falta de noção nas políticas públicas para mulheres representa no atual governo.
A posição da deputada não é conservadorismo, é desumanidade.
Vai vendo, Brasil!
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