Pela primeira vez na história, o Dia de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra é feriado em todo o território nacional. A data é um marco também para a Universidade Estadual de Alagoas que, na quarta-feira (20), agraciou quatro personalidades que têm atuação marcante na luta contra o racismo e valorização da cultura afrodescendente.
Célio Rodrigues dos Santos (Babalorixá Célio Omintologi), Maria Neide Martins (Yalorixá Neide Oyá D’oxum), Ismaila Fássassi (Babalawô Oloyé Ayinde Oriwo) e Célia Gonçalves Souza (Makota Celinha) foram condecorados com o título de Doutor Honoris Causa, a maior honraria concedida pela Universidade, em um momento solene e emocionante na Serra da Barriga, em União dos Palmares, onde Zumbi dos Palmares firmou seu nome na história da resistência negra no Brasil.
A cerimônia foi conduzida pelo reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais. “Hoje concedemos quatro títulos de Doutor Honoris Causa muito simbólicos para nossa instituição porque foram para autoridades vinculadas a toda luta antirracista tão necessária para que possamos tornar a nossa sociedade cada vez mais justa e mais igual. A Uneal e seu Conselho Superior estão de parabéns. Hoje, dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a gente diz para todo o povo de Alagoas a importância da valorização de toda a cultura e do povo negro de Alagoas e do Brasil”, afirmou.
A proposição dos títulos foi feita pelo professor Clébio Correia de Araújo, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Uneal (Neab/Uneal), e passou pela apreciação dos membros do conselho, conforme determina o Regimento Geral da Universidade. Coube ao docente proferir o solene elogio e a petição do título de Doutor Honoris Causa durante a solenidade, sob o solo do Quilombo dos Palmares.
“Uma emoção muito grande a concessão desses quatro títulos de Doutor Honoris Causa aqui na Serra da Barriga. Um simbolismo enorme a Uneal fazer essa homenagem pioneira no dia que o 20 de novembro vira feriado nacional oficialmente”, afirmou Clébio Correia.
Uma das mais importantes lideranças do movimento social negro e da luta antirracista no Brasil, Célia Gonçalves Souza (Makota Celinha) veio de Minas Gerais para receber o título. “Me sinto profundamente feliz por ter recebido essa honraria da Uneal. Ela representa, para mim, que a minha luta não é em vão, que a luta do meu povo não é em vão. Todos os desafios que nós vivemos no dia a dia contra o racismo, contra o racismo religioso, é algo que deve e pode, sim, ser reconhecidos. Ser Doutora Honoris Causa pelo que eu acredito, pela esperança que eu tenho de um Brasil livre do racismo, é a melhor forma de ver reconhecida a minha luta”, frisou Makota Célia Gonçalves.
Prestigiaram a concessão dos títulos, o secretário de Estado de Governo de Alagoas, Vitor Pereira, que representou o governador Paulo Dantas; o vice-prefeito e prefeito eleito de União, Júnior Menezes; a coordenadora Nacional da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, Mãe Nilse de Iansã; a secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva; o vice-reitor da Uneal, Anderson de Almeida Barros; a chefe de Registro e Controle Acadêmico da Universidade, Maria do Rosário Farias, e os membros do Conselho Superior da Uneal.
Fonte: Ascom Uneal