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04/11/2025 às 20h00

Cultura

Estande da Secult encanta visitantes da Bienal com homenagem às raízes afro-brasileiras e alagoanas

Com uma proposta moderna e inclusiva, o espaço da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas celebra a ligação entre Brasil e África

Entre os pontos mais fotografados do estande, o espaço instagramável tem encantado os visitantes com seu design simbólico e acolhedor Tatiane Almeida / Ascom Secult

Entre os estandes mais visitados e comentados da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult) tem se destacado pela beleza, interatividade e sensibilidade com o tema central do evento: “Brasil e África ligados culturalmente nas suas raízes e ritos”.

Logo na entrada, o público é convidado a percorrer um percurso de descobertas. No espaço Memória Cultural, jogos da memória aproximam crianças e adultos de símbolos e tradições afro-brasileiras, como máscaras, instrumentos musicais, a capoeira e o turbante, que mostram o quanto essa herança está presente no nosso cotidiano.

Já no espaço “O Bantu em nossa Língua”, os visitantes se surpreendem ao perceber como palavras de uso comum, como dengo, maribondo e caçula, têm origem africana.

No centro do estande, um grande mapa de Alagoas exibe as comunidades quilombolas reconhecidas no estado, reforçando o compromisso do Governo de Alagoas em valorizar e divulgar o patrimônio imaterial e as identidades que compõem a história alagoana.

A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, destacou a importância da proposta.

“O estande da Secult é um convite à reflexão sobre as nossas origens e à celebração da diversidade cultural que molda Alagoas. É um espaço de reconhecimento, aprendizado e orgulho da nossa ancestralidade afro-brasileira, que está viva nas expressões, na linguagem, na arte e na força do nosso povo”, afirmou.

As obras e instrumentos do artista e artesão Rodrigo Arapuá, como tambores e máscaras confeccionadas em madeira e couro, também estão espalhadas pelo estande, trazendo ainda mais força simbólica e identidade ao espaço.

As peças, inspiradas na tradição afro-indígena e no cotidiano das comunidades quilombolas, dialogam com o tema da Bienal e ajudam a criar uma atmosfera de ancestralidade viva.

O estande também conta com equipe de tradução em Libras, garantindo o acesso de pessoas surdas à programação.

Segundo a superintendente de Patrimônio e Diversidade Cultural da Secult, Perolina Lyra, a concepção do espaço nasceu do desejo de unir tradição e contemporaneidade.

“Queríamos criar um estande que traduzisse a força da cultura afro sem cair em estereótipos. Apostamos em uma estética moderna, com cores, símbolos e experiências que convidam à imersão e ao diálogo. É um espaço vivo, que representa a pluralidade do povo alagoano”, explicou Perolina.

Entre os pontos mais fotografados do estande, o espaço instagramável tem encantado os visitantes com seu design simbólico e acolhedor. A estrutura em madeira, em formato de círculo, traz a frase “O círculo é mais que forma, é lei da vida”, em diálogo com o conceito de ancestralidade e com o princípio do Ubuntu, filosofia africana que valoriza a conexão e a coletividade.

O cenário convida o público a fazer uma pausa, refletir e registrar o momento em meio a livros de autores alagoanos e obras que celebram as identidades afro-brasileiras.

“O círculo representa o movimento contínuo da vida, o encontro e a troca de saberes. Pensamos em criar um espaço que fosse ao mesmo tempo simbólico e acessível, onde as pessoas pudessem se ver dentro dessa roda da cultura”, explicou Perolina.

Além da valorização simbólica, o espaço é também um ambiente de vivência e inclusão.

No Espaço da Beleza Afro, o público pode experimentar, gratuitamente, pintura corporal com Diana Vasconcelos e tranças afro com a trancista Cléia Amancio, todos os dias, das 10h às 16h.

Entre os visitantes, o encantamento é unânime. “Achei lindo e muito representativo. É uma aula de cultura que emociona. As crianças aprendem brincando e a gente sai daqui com mais orgulho de ser alagoano”, disse Maria Clara Silva, professora e visitante da Bienal.

“Eu amei as oficinas de trança e o mapa com os quilombos. É bonito ver o Estado valorizando nossas origens”, contou João Henrique Santos, estudante de História.

Mais de 70 livros de autores alagoanos em destaque

A Secult também é responsável pela coordenação das sessões de lançamento e autógrafos de mais de 70 obras de autores alagoanos, que estão movimentando o público durante todos os dias da Bienal.

Entre os títulos apresentados, há livros infantis, coletâneas poéticas, obras acadêmicas e produções independentes que refletem a pluralidade literária do estado.

Todos os dias, às 15h, o estande recebe sessões de autógrafos com escritores locais, além de lançamentos de livros que têm revelado novas vozes e reafirmado a potência da literatura produzida em Alagoas.

Troca de livros e incentivo à leitura

Outro destaque é a Troca de Livros, atividade que tem atraído centenas de leitores. No espaço, o visitante leva um livro em bom estado e troca por outro de seu interesse. O objetivo é incentivar o hábito da leitura, promover o reaproveitamento de obras e criar novas conexões entre os leitores.

“É incrível poder renovar a estante e ainda conversar com outras pessoas sobre literatura. Já saí com três livros novos”, contou a estudante Luana Oliveira, que participou da troca.

Atividades culturais para todas as idades

A programação do estande da Secult está repleta de atividades culturais, oficinas e apresentações artísticas que dialogam com o tema afro-brasileiro da Bienal.

Ao longo dos dias, o público tem participado de oficinas de miçangas, máscaras africanas, fantoches, pintura corporal e bonecas Abayomi, além de apresentações de capoeira, coco de roda, maracatu, taieira, guerreiro, afoxé e balé afro contemporâneo.

Também há contações de histórias, teatro de mamulengo e momentos musicais com grupos de diferentes regiões do estado, criando um ambiente dinâmico e afetivo, onde o aprendizado se mistura à celebração cultural.


Fonte: Agência Alagoas

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