A artista visual, arquiteta e urbanista alagoana Simone Freitas está com nova exposição individual em cartaz no Complexo Cultural do Teatro Deodoro, no centro de Maceió. Intitulada “Entre o mar e o sertão, tem o mangue”, a mostra reúne obras inéditas que exploram os ecossistemas do Nordeste por meio de uma pintura sensível, simbólica e crítica, marcada por contrastes, lembranças e vínculos profundos com os territórios alagoanos.
A exposição propõe uma travessia poética entre o sertão, o mangue e o mar, fugindo de representações literais. As paisagens retratadas são filtradas pelas lentes da memória, da vivência e da ancestralidade.
“Essas memórias afetivas me inspiraram a criar uma série que transita entre os lugares do meu cotidiano e lembranças que nos conectam a espaços ou momentos vividos”, explica Simone.
Longe de retratar esses territórios de maneira literal, sua pintura propõe uma leitura sensível, marcada por sobreposições, cores vibrantes e uma carga poética que convida o público à reflexão.
“Sou uma artista autodidata. Comecei pintando vitrines e reaproveitando papéis que seriam descartados, até que surgiu o primeiro cliente e tudo realmente aconteceu”, relembra a artista, formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A exposição é um manifesto visual que levanta questões sobre a ocupação dos espaços e os impactos da urbanização sobre o meio ambiente.
"As mudanças no nosso meio ambiente, resultado de um planejamento urbano falho e de interesses econômicos que desrespeitam o coletivo, uso inadequado dos recursos naturais e os impactos causados ao meio ambiente, estão sendo expostos. Precisamos nos educar ao uso das nossas paisagens. O rio, o sertão e o mangue não são só água, terra e plantas, são caminhos, são vidas, são lares”, destaca a artista.
Com curadoria da jornalista e pesquisadora Iranei Barreto, expografia de Daniel Cavalcante e identidade visual de Weber Bagetti, a mostra é realizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult).
Essa é a terceira individual de Simone Freitas. Sua estreia aconteceu em 2018, com “Através do a(mar)”, no Museu da Imagem e do Som de Alagoas(MISA). Desde então, participou de diversas coletivas, como o “Circuito Criativo das Alagoas”, no Museu Histórico de Jundiaí, em São Paulo; “Urbanografia”(2019), na Galeria Gama, em Maceió; e o “Circuito Expositivo da Casa Tato”(2024), em São Paulo, que reuniu curadores de destaque como Claudinei Roberto.
Também integrou feiras e exposições internacionais, entre elas “Le Carrousel du Louvre”(2022), em Paris; “Brussels International - Contemporary Art Salon”(2022), na Bélgica; e a mostra “Brasil X Portugal – Rota das Empreendedoras” (2024), na cidade do Porto.
No Brasil, esteve presente em eventos como a “Casacor Recife”. Sua experiência mais recente foi uma imersão no Sertão do Uma, sob mentoria da curadora Julie Belfer.
“Simone Freitas nos presenteia com uma exposição que é, ao mesmo tempo, delicada e potente. A arte dela amplia nosso olhar sobre o meio ambiente, o pertencimento e a identidade alagoana”, afirmou a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas.
A exposição está aberta ao público com entrada gratuita até o dia 15 de agosto.
SERVIÇO
Exposição Entre o mar e o sertão, tem o mangue
Artista: Simone Freitas
Período: 16 de julho a 15 de agosto de 2025
Local: Complexo Cultural do Teatro Deodoro
Endereço: Praça Marechal Floriano Peixoto, s/n – Centro, Maceió
Horários: Segunda a sábado: 8h às 17h | Domingos e feriados: 14h às 17h
Agendamentos escolares e institucionais: Sara Lima – (82) 9 8884-6885 | [email protected]
Classificação: Livre Entrada: Gratuita
Fonte: Ascom Secult com Iranei Barreto