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06/12/2011 às 17h40

Geral

Tráfico perde R$ 2,5 milhões com apreensões de armas na Rocinha

 

Transcorrido menos de um mês do início da ocupação das forças policiais nas favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, na zona sul do Rio de Janeiro, os traficantes locais podem ter amargado um prejuízo de ao menos R$ 2.477.756 milhões somente com a perda de armas e munições apreendidas.
 
A estimativa foi realizada pelo iG que consultou os 18 boletins de ocorrência registrados nos primeiros dez dias de operações na 15ª Delegacia, na Gávea, na zona sul. A reportagem identificou cada modelo e calibre de fuzis, pistolas, metralhadoras, carabinas e munições recolhidas nas três comunidades.
 
Em seguida, conseguiu junto a fontes das polícias Civil, Militar e Federal informações sobre os preços que os traficantes costumam pagar pelo material bélico no chamado "mercado negro" - comercialização feita por contrabandistas que adquirem o armamento em países vizinhos, como o Paraguai e a Bolívia, ou por desvios das forças de segurança.
 
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Anderson Bichara, titular da Delearm (Delegacia de Repressão ao Tráfico de Armas), os preços chegam a ser cinco vezes maiores que os reais valores dos armamentos. “Um fuzil FAL 7.62, em novo estado, para o tráfico custa entre R$ 40 mil e 60 mil; uma pistola .380 entre R$ 2,5 mil e 4 mil. Já as metralhadoras e submetralhadoras entre R$ 20 mil e 60 mil”, afirmou. Para efeito de cálculo do total, o iG considerou sempre o valor mais baixo.
 
Nos registros feitos na 15ª DP, constam a apreensão de 70 fuzis, 48 pistolas, cinco metralhadoras, duas carabinas, quatro submetralhadoras, 6 espingardas, além de 25.073 munições, entre essas 8 mil sem especificação - mas nenhuma antiaérea, que tem como característica serem fragmentárias ou incendiárias.
 
O maior desfalque ocorreu entre os fuzis, com um prejuízo de cerca de R$ 2,17 milhões aos traficantes.
 
Entre o armamento apreendido, para especialistas, se destacam dois fuzis que usam munição .30-06; uma metralhadora Madsen 762; e um fuzil Hotchkiss no calibre 7x57mm. Essas armas, em desuso pelas forças armadas por serem muito antigas, são armamentos usados em guerras.
 
“São armas que definimos como apoio de fogo. São barulhentas, não têm precisão de tiro. Eram usadas em guerras, em uma concepção de infantaria”, afirma o especialista em armamentos pesados e editor-chefe da revista Magnum, Lincoln Tendler.
 
Além dessas armas, foram apreendidos 21 fuzis modelo Fal Imbel 7,62x51mm; 13
AK-47 ; 11 fuzis AR-15 Bushmaster; oito fuzis Colt M16; sete HK-33; quatro Parafal 7,62 x 51 mm; um fuzil G3; um FEG Húngaro; além de um Rugger 556.
 
Constam ainda nos autos de apreensão da delegacia da Gávea outros três que não tiveram o calibre especificado no boletim de ocorrência. Para efeito de cálculo, o iG usou para cada um o menor preço pago por um fuzil no mercado negro (R$ 10 mil).
 
Para o comandante em exercício do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Major André Batista, também co-autor dos livros “Elite da Tropa” vol. 1 e vol. 2, o armamento poderia “sustentar um exército”. Em nota ao levantamento realizado pelo iG, afirmou que “o que representa algum sentido para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro nessa grande apreensão é justamente o volume de fuzis apreendidos, e sua capacidade de produzir letalidade”.
 
A subsecretaria de Inteligência e a Delearm ficarão responsáveis por determinar a origem do armamento, que passa por perícia no ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli).

Fonte: IG

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