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12/08/2019 às 10h47

Geral

Museu em Turim reúne mais de 30 mil peças do Antigo Egito

Estudos revelam que até a múmia da Rainha Nefertari estaria entre o acervo

Arquivo Museu Turim - Sala 5

Por Dora Nunes, de Turim

O Museu de Antiguidades Egípcias de Turim possui a segunda maior coleção do mundo, perdendo apenas para o do Cairo. Tudo começou em 1824, quando Bernardino Drovetti, cônsul françês no Egito, vendeu sua coleção de múmias, papiros e estátuas ao Rei Carlos Félix di Saboia, que fundou o museu. O edifício foi ampliado e adaptado na segunda metade do século XIX foi aberto ao público. Entre 1903 e 1937, foram realizadas escavações arqueológicas naquele país pelo italiano Ernesto Schiaparelli e depois por Giulio Farina que trouxeram cerca de 30.000 artefatos para Turim. Schiaparelli foi nomeado diretor em 1894, permanecendo no posto até sua morte em 1928. 

O Museu possui atualmente um espetacular acervo de cerca de 6.500 obras expostas e 26.500 em reserva. Entre elas, 24 múmias humanas e 17 de animais; estátuas do faraó Ramsés II e de Sethi II - esta última pesando mais de 5 toneladas - e a tumba de Kha, arquiteto da côrte do faraó Amenhotep III, e sua esposa Merit, descoberta pelo arqueólogo Schiaparelli ainda intacta, lacrada. Além de tudo isso, uma das coleções de papiros mais significativas do mundo, com quase 700 manuscritos inteiros ou recompostos, além de 17.000 fragmentos, cerca da metade disso escrito em egipcio e o restante em demotico e copto (Egito antigo), grego ou árabe. Os manuscritos variam de conteúdo documental (textos administrativos ou legais) a literário, ritual, religioso, mágico e funerário (Livro dos Mortos). O maior papiro que se pode ver no Museu é o de Luefankh, o Livro dos Mortos, que tem mais de 18mts de comprimento. 

Reformas

O Museu passou por várias reformas ao longo dos anos. O primeiro rearranjo dos salões foi em 1908 e um segundo, mais importante, em 1924, com a visita oficial do Rei. Outras adaptações ocorreram nos anos 30 (com a instalação da Pinacoteca) e no final dos anos 80. Particularmente importante foi o trabalho de reconstrução do templo rochoso de Ellesiya - dividido em 66 blocos para possibilitar o transporte para Turim - doado pelo governo egípcio em reconhecimento à ajuda italiana no resgate dos templos núbios ameaçados pelas águas da barragem de Assuan. Esse é o mais antigo templo rupestre da Núbia, escavado na rocha arenária pelo faraó Thutmosi III (1479-1425 a.C) dedicado ao deus Hórus e à deusa Satet (deusa das plantações), e em seguida a Amon-Rá, o deus do sol. O templo foi reconstruido em modo fiel ao original e inaugurado em 4 de setembro de 1970. 

A última reforma durou 5 anos e transformou radicalmente os espaços e todo o percurso do museu, reinaugurado em 2015,  com o dobro do tamanho e dividido em cinco pavimentos expositivos. Um cinematográfico espaço de 10.000m² com amplos corredores e esplêndidas vitrines que permitem ao visitante conhecer múmias e sarcófagos (datados do ano 1100 a.C. ao 600 a.C.). 

Rainha Nefertari

Em 2016, um grupo de arqueólogos internacionais que realizou estudos sob a coordenação da Universidade de York, no Reino Unido, anunciou ter identificado as pernas de uma das monarcas mais célebres do Antigo Egito, a rainha Nefertari. A rainha era esposa do faraó Ramsés II, e nasceu aproximadamente 1.290 a.C. Sua morte ocorreu em 1.254 a.C..

De acordo com o estudo, foram realizados exames químicos, análises antropológicas e datações de carbono para identificar o corpo, cujos indícios apontavam para uma mulher de 40 anos de idade. O material usado para embalsamar as pernas - que estão conservadas em uma urna - também corresponde aos métodos usados em mumificações. O corpo havia sido encontrado em uma tumba no Vale das Rainhas, em 1904, por Schiaparelli e trazido por ele a Turim. No entanto, apenas recentemente foram iniciados estudos para constatar se o corpo pertencia à rainha Nefertari.

Serviço

Endereço: Via Accademia delle Scienze 6, Turim

Preço: 17 euros 


Fonte: Painel Alagoas

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