Pelo seu potencial assistencial e nunca fechar as portas, o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, é referência em Alagoas nos cuidados de alta-complexidade para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Por consequência da quantidade diária de admissões, outros serviços também ganham notoriedade, como a Organização de Procura de Órgãos (OPO), que resiste às limitações impostas pela pandemia da Covid-19.
Caso o doador apresente quadro suspeito ou contato nos últimos 14 dias com o novo coronavírus, conforme exame RT-PCR, a oportunidade de doação de órgãos e tecidos é eliminada. Além disso, devido a chegada do vírus no Brasil, no primeiro semestre de 2020, todas as captações de tecidos foram proibidas e, desse modo, apenas 15 doações de córneas, tecido com maior fila de espera, foram efetuadas durante todo o ano.
“O problema é que a Covid-19 chegou e a fila de pessoas que esperam por transplantes continuou. Fomos limitados de seguir com as nossas ações, mas, mergulhamos em estudos e atividades que visaram à manutenção de vidas. Este ano passamos a voltar a construir novas pontes de esperança, seguindo com todas as orientações necessárias para a minimização de riscos”, afirmou a coordenadora da OPO, Eleonora Carvalho.
Sensibilizados com a situação, o Serviço Social do HGE decidiu somar forças para a causa da doação de córneas. Agora, por meio de um grupo em aplicativo de mensagens, as assistentes sociais acionam a OPO com mais rapidez e a família do paciente é acolhida para uma entrevista e esclarecimentos sobre o tema. Neste caso, a captação após a doação, com autorização familiar, pode ocorrer em até seis horas após o horário do falecimento.
“Até o dia 12 de agosto, nós já conseguimos efetuar 22 doações de córneas. Foram pessoas que, lamentavelmente tiveram a morte por coração parado, com teste negativo para a Covid-19. Podem ser doadores os cidadãos com idade acima ou igual a dois anos e abaixo de 80, conforme autorização de um parente de primeiro grau: irmão, cônjuge, pai ou mãe… Também é necessária a presença de duas testemunhas para a autorização”, informou a assistente social, Ana Cláudia de Jesus.
Até a sexta-feira (13), na lista de espera por um órgão ou tecido, conforme a OPO, haviam 337 pessoas aguardando por córneas, 140 por rim, três por coração e dois por fígado. Para o procedimento acontecer é preciso ter a autorização dos familiares, seguindo o desejo do doador ou da própria família. Os destinos são indicados segundo a lista de espera regulada pelo Sistema Nacional de Transplantes que possui critérios de urgência, tempo de espera e compatibilidade.
Fonte: Ascom Sesau/AL