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Por Dora Nunes
O mundo já sabe, a expertise do Caffè Espresso pertence à Itália, mas não basta para o Ministério das Políticas Agrícolas e Florestais (Mipaaf) daquele país que recentemente aprovou, por unanimidade, a candidatura do café espresso (assim mesmo, com s no lugar do x) italiano como um patrimônio imaterial da Unesco. Se for bem-sucedido, o status da UNESCO fará com que o “cafezinho” italiano seja oficialmente considerado um símbolo da herança Azzura. Isso significa que a Itália está comprometida em preservar a autenticidade da bebida.
Não será um problema para os italianos cumprir essa exigência. Para eles, fazer café já é um ritual e fazer um bom café é uma arte. Ali, essa “cerimônia” é levada muito a sério e um café fresco e feito de forma tradicional é praticamente uma lei. Não é por acaso que o país possui a sua própria cafeteira, conhecida no mundo inteiro como MOKA*. Assim como não é por acaso, que a maior cadeia de cafeterias do mundo, a Starbucks, com mais de 20 mil lojas espalhadas ao redor do mundo, só conseguiu abrir a sua primeira loja na Itália em setembro de 2018, em Milão, mas isso é assunto para outro artigo...
Mas, voltando ao reconhecimento do “espresso” como parte oficial do patrimônio da Itália, tecnicamente algumas diretrizes rígidas devem ser seguidas. Por exemplo, a espuma cremosa que fica por cima do café quando cai na xícara, deve ser “uniforme e persistente por pelo menos 120 segundos a partir do momento em que o café foi retirado sem mexer”, segundo o Italian Espresso Institute (IEI).
O IEI é uma sociedade que inclui torrefadores, fabricantes e outras empresas da cadeia do café italiano e que protege e promove a cultura do expresso e cappuccino italianos de qualidade. Hoje conta com 34 empresas associadas com um volume de negócios agregado de aproximadamente 700 milhões de euros. De acordo com o IEI, um bom café expresso não é o resultado de um simples procedimento mecânico, mas sim um produto que vive da paixão e competência de quem o prepara.
Criado no século 19 em Turim, o Caffè Espresso está ligado à Itália desde o seu início, se tornando parte integrante da identidade nacional. Os italianos consomem aproximadamente 30 milhões de cafés em um dia, seja em bares, locais públicos e restaurantes. Sem contar com os que são consumidos em casa. A maioria das bebidas à base do espresso hoje ainda utiliza nomes italianos e existem inúmeros tipos. Fiz uma pequena lista daqueles mais conhecidos:
Expresso – Esse é considerado o verdadeiro café. O café italiano é bem forte e vem numa pequena xícara em uma quantidade muito pequena, praticamente no fundo da xicrinha.
Cappuccino – É mais longo servido com espuma de leite em uma xícara grande. O “vero” cappuccino italiano não leva açúcar, canela ou chocolate. E é consumido normalmente no café da manhã ou à tarde, jamais após uma refeição!
Doppio (duplo) – é o espresso em dose dupla, esse é da quantidade do café expresso normal no Brasil.
Ristretto (restrito) – É tipo um caffè espresso só que ainda mais concentrado e forte.
Lungo (longo) – O café lungo é um café espresso feito com mais água.
Cafè Macchiato (manchado) caldo ou freddo (quente ou frio) - é um café expresso com um pouco de leite quente dentro, ou leite frio à parte.
Americano - é um café bem mais fraco. O barista deixa escorrer aproximadamente 60% a mais de água.
Mocaccino - variação do cappuccino porém mais adocicado. Em algumas variações, o moca pode ser servido com um pouco de chocolate quente e creme.
Marocchino – é servido com espuma de leite polvilhado com cacau em pó. Ele pode ser decorado e levar um pouco de chocolate em calda. Esse café é originário de Alessandria.
Ginseg – é adicionado o extrato de ginseng e açúcar. Normalmente também vem acrescido de creme de leite ou nata.
Corretto – É acompanhado com uma pequena dose de licor, Al Vetro: isto é, no copo de vidro.
Com la panna - com chantilly.
Deccaffeinato - também chamado de Deca, é o nosso descafeinado. Pode ser feito com todos os tipo acima.
*A cafeteira italiana ou cafeteira MOKA é uma cafeteira à pressão que elabora o café por meio de vapor de água. O invento foi patenteado pelo inventor Luigi De Ponti em nome de Alfonso Bialetti em 1933, cuja empresa, Bialetti continua produzindo o mesmo modelo, denominado "Moka Express".
Fonte: Painel Alagoas