Por Carlos Amaral
O período da janela partidária, quando parlamentares podem trocar de legenda sem perder seus mandatos, sempre provoca uma rearrumação política, especialmente por esse período ocorrer momentos antes das definições de chapas para as eleições. Em Alagoas, o MDB foi o partido que saiu mais fortalecido para o pleito de 2 de outubro.
Na Assembleia Legislativa Estadual, os emedebistas saltaram de seis deputados para 15 parlamentares, mesmo com dois dos eleitos em 2018 terem deixado a legenda. O PP, do poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, caiu de 3 para 2 deputados estaduais.
O PT, que em 2018 não conseguiu eleger nenhum parlamentar para a Casa de Tavares Bastos, agora tem um representante, o deputado estadual Ronaldo Medeiros. Essa é a mesma situação do PL, partido de Jair Bolsonaro que não conseguiu eleger nenhum parlamentar há quatro anos, agora tem Cabo Bebeto como representante do partido na Casa.
O PSDB e o PSD caíram de dois parlamentares para um. O PDT, de Ciro Gomes, perdeu seu representante no parlamento estadual de Alagoas.
Só três deputados se mantiveram no mesmo partido ao qual foram eleitos em 2018. Todos do PP: Angela Garrote, Davi Davino Filho e Tarcizo Freire.
Há também o caso de Davi Maia, eleito pelo DEM. O parlamentar chegou a negociar sua ida para o PSDB, mas isso foi revertido até pela ida de Rodrigo Cunha para o União Brasil, que é resultado da fusão entre o DEM e o PSL. Portanto, na prática, Davi Maia não trocou de legenda ou “se mudou sem sair do lugar”.
A dança das cadeiras na Assembleia Legislativa foi a seguinte, listados a seguir apenas os que trocaram de legenda.
O deputado estadual Antonio Albuquerque trocou o PTB pelo Republicanos; o deputado Breno Albuquerque deixou o PRTB e foi para o MDB; Bruno Toledo trocou o PROS pelo MDB; o deputado Cabo Bebeto saiu do PSL e foi para o PL; Cibele Moura trocou o PSDB pelo MDB; Dudu Ronalsa deixou o PSDB e se filiou ao MDB; Fátima Canuto trocou o PRTB pelo MDB; Flávia Cavalcante também trocou o PRTB pelo MDB; Francisco Tenório deixou o PMN e foi para o PP; Gilvan Barros Filho deixou o PSD e foi para o MDB; Inácio Loiola trocou o PDT pelo MDB; Jairzinho Lira deixou o PRTB e foi para o PSD; Jó Pereira trocou o MDB pelo PSDB; Léo Loureiro saiu do PP e foi para o MDB; Marcelo Victor, presidente da Assembleia Legislativa, deixou o Solidariedade e se filiou ao MDB; Marcos Barbosa deixou o Cidadania e se filiou ao Avante; Ronaldo Medeiros trocou o MDB pelo PT; e Yvan Beltrão saiu do PSD e se filiou ao MDB.
Com o crescimento que obteve, o MDB pode eleger sozinho Paulo Dantas governador-tampão de Alagoas na eleição indireta que a Casa realiza no dia 2 de maio. O pleito ocorre porque Renan Filho renunciou ao mandato de governador para concorrer ao Senado em outubro. Como o emedebista estava sem vice, uma vez que Luciano Barbosa (MDB) se elegeu prefeito de Arapiraca em 2020, o cargo do Palácio República dos Palmares ficou vago.
Já na Câmara dos Deputados, cinco dos 9 parlamentares de Alagoas trocaram de partido. Só não trocaram de legenda Paulão (PT), Arthur Lira (PP), Pedro Vilela (PSDB) e Isnaldo Bulhões (MDB).
O PSDB elegeu um parlamentar em 2018, chegou a ter dois porque Pedro Vilela assumiu o mandato no lugar de JHC (PSB), eleito prefeito de Maceió em 2020. Agora, o partido só possui um deputado federal.
Já o MDB elegeu um deputado em 2018 e agora está com dois parlamentares.
O troca-troca de partidos na bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados foi o seguinte:
Tereza Nelma saiu do PSDB e foi para o PSD; Severino Pessoa deixou o Republicanos e foi para o MDB; Marx Beltrão deixou o PSD e foi para o PP; Nivaldo Albuquerque deixou o PTB e foi para o Republicanos; Sergio Toledo deixou o PL e foi para o PV.
MDB e PP são os dois partidos com mais parlamentares na Câmara dos Deputados, com dois cada um.
Já no Senado, dois dos três parlamentares trocaram de partido. Apenas Renan Calheiros se manteve na legenda pela qual foi eleito.
Fernando Collor trocou o PROS pelo PTB; e Rodrigo Cunha saiu do PSDB e se filiou ao União Brasil.
Somando tudo, o MDB é o partido com mais parlamentares estaduais e nacionais de Alagoas, sendo 15 na Assembleia Legislativa, dois na Câmara dos Deputados e um no Senado.
VEREADORES
Também houve migração partidária entre vereadores, apesar de a janela deste ano não ser voltada a estes parlamentares. A troca de partido, nestes casos, precisa ser autorizada pela direção da legenda à qual se está filiado, mudança para um partido recém-criado ou saída litigiosa da legenda.
Em Maceió, os nomes mais destacados que trocaram de partidos com vistas às eleições de 2022 foram os vereadores Leonardo Dias, que deixou o PSD e foi para o PL; Francisco Sales, que trocou o PSB pelo União Brasil; Brivaldo Marques, que deixou o PSC e foi para o MDB; Samyr Malta, que trocou o PTC pelo PSD; Joãozinho saiu do Podemos e foi para o PSD; Silvania Barbosa trocou o PRTB pelo MDB; e Teca Nelma, que saiu do PSDB e foi para o PSD.
Fonte: Painel Alagoas