"Eu tive uma vida muito sofrida, já fui roubada, enganada e morei por muito tempo de aluguel, do jeito que dava para sobreviver. E por um um bom tempo havia perdido a alegria de continuar. Mas graças as pessoas que hoje eu amo, que são os profissionais daqui, me deram um novo sentido e hoje pude recuperar boa parte da alegria, que eu tinha quando era apenas uma garota de 13 anos, dançando e brincando com meus amigos. Mesmo com toda dificuldade, minha vontade é de não desistir", contou dona Ademilda Pereira, de 75 anos.
Dona Nilda, como é carinhosamente conhecida, é uma das primeiras moradoras da Cidade da Pessoa Idosa, inaugurada pela Prefeitura de Maceió em 2024. Ela vive no local há 2 meses e inspira muitas pessoas por sua maneira irreverente de celebrar a vida, sempre levando alegria e muito sorriso no cotidiano. A idosa deu entrada no equipamento em uma situação de vulnerabilidade e hoje recebe uma nova rotina recheada de muito amor e profissionalismo.
A Cidade da Pessoa Idosa fica localizada na Praça Ciro Acioly, no bairro da Ponta Grossa, e acolhe idosos a partir dos 60 anos que tiveram seus direitos violados, vínculos rompidos ou negligenciados pelas famílias. O equipamento é um local para residência permanente, com atendimento 24 horas para a pessoa idosa.
O espaço conta com 14 dormitórios, sala para atendimento em saúde, sala para enfermagem, elevador com acessibilidade para garantir a segurança articular dos idosos e um espaço de convivência para promover o fortalecimento de vínculos afetivos e de estreitamento de laços entre os assistidos.
Ao ser perguntada sobre qual conselho daria para as pessoas, dona Nilda fez um relato emocionante carregado de esperança e de muita fé. "Que as pessoas aprendam a dar mais valor a vida. Isso é inegociável. Têm muitos que possuem uma vida saudável e não sabem a riqueza que é isso, hoje enfrento uma enorme dificuldade com a minha visão e também com o movimento das pernas e tenho fé que vou conseguir melhorar", contou.
Encaminhamentos
Os encaminhamentos para a unidade são realizados através da Rede de Proteção à Pessoa Idosa por meio de denúncias recebidas pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social/Centro de Referência em Assistência Social que serão avaliadas por equipes socioassistenciais e de saúde para definir as estratégias para cada caso. A institucionalização segue a política do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que define a entrada nos acolhimentos como último recurso.
Fonte: Ascom Semdes