Damiana Santos Vieira, de 55 anos, é pescadora artesanal no rio São Francisco, em Penedo. Ela cresceu se divertindo e trabalhando nas águas do Velho Chico, fonte do sustento de toda a família, composta por seu esposo e quatro filhos. Com anos de dedicação, enfrentou diversas dificuldades, porém jamais imaginou que a maior dor de sua vida seria causada pelo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
“Tudo começou com uma dor na região do meu ombro esquerdo, que descia até os meus braços. No início era um incômodo, depois o desconforto piorou e eu procurei atendimento médico. Realizei alguns exames, fui medicada e achei que iria melhorar. Até que um dia eu fui dormir e no outro dia quando acordei, eu não conseguia me mexer com tanta dor. Era muita dor! Gritei pelo meu marido, que me levou à UPA [Unidade de Pronto Atendimento]”, recordou Damiana.
Após ser examinada, o médico plantonista na UPA de Penedo entendeu a necessidade de transferência imediata para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. No último dia 9, ela foi admitida na maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, que também é referência no tratamento cardiológico, e foi submetida ao cateterismo e angioplastia para ter a sua vida salva.
“A minha dor só foi passar depois que eu cheguei aqui no HGE. Era muita dor! Muito maior que a dor do parto. E olhe que eu tive quatro filhos. Eu tenho plena certeza que se não existisse o HGE, eu não estaria contando agora a minha história. Sou muito grata a todos os profissionais que me acolheram desde a minha chegada. Graças a Deus, agora eu estou bem e já vivendo a expectativa pelo retorno para casa”, disse a pescadora, que é natural de Igreja Nova.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares causam a morte de 400 mil brasileiros todo ano. A cada 90 segundos, uma pessoa morre no Brasil por doença cardiovascular, totalizando 46 óbitos por hora. No entanto, 80% desses casos são evitáveis por meio de avaliação rotineira e sistemática, ainda que sem sintomas aparentes.
“É importante para identificar fatores de risco a partir da avaliação clínica, exames laboratoriais e àqueles direcionados às avaliações cardiológicas. Com essas informações, o médico pode observar se há a necessidade de adotar alguma medida preventiva precoce que pode eliminar o risco de sequelas e óbito. Além disso, conscientizamos o paciente sobre a situação de sua saúde e sobre o seu importante papel no autocuidado”, explicou o médico cardiologista, Alex Vieira.
De uma forma geral, para pacientes com boa saúde e assintomáticos, recomenda-se o check-up anual; pessoas com maior risco ou com comorbidades precisam respeitar e seguir com as orientações dadas pelo cardiologista. Quem é sedentário, obeso, fumante, possui taxas elevadas de colesterol e/ou triglicerídeos, tem hipertensão ou diabetes descontrolados, possui casos na família em parentes de primeiro grau e consome excessivamente bebidas alcoólicas tem maior probabilidade de desenvolver a doença.
“Eu mesma descobri que tenho diabetes e hipertensão durante os meus exames de rotina, pois eu não tinha nenhum sintoma, exceto algumas vezes sentir maior dificuldade para enxergar. Como eu vinha tentando controlar a minha glicemia e a minha pressão arterial, jamais imaginei que passaria por isso. Agora já entendi que preciso redobrar os meus cuidados, procurar ter uma vida mais tranquila e menos desgastante”, concluiu a alagoana.
Fonte: Ascom Sesau/AL