Foto: Ascom Secdef
Para fomentar a construção de uma sociedade mais inclusiva e que respeita as diferenças, o Governo de Alagoas tem feito diversas atividades de combate ao capacitismo no estado. Entre as iniciativas está o 3º Festival Estadual da Inclusão, promovido pela Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef). A iniciativa busca o letramento inclusivo e o anticapacitismo.
Por meio de capacitações, palestras e apresentações artísticas e culturais protagonizadas por pessoas com deficiência (PcDs), a Secdef tem levado o evento para os municípios alagoanos com o objetivo de mostrar a sociedade que, mesmo diante das diferenças, todos têm o direito ao respeito, à participação ativa e às mesmas oportunidades.
Para reforçar o compromisso com essa política de inclusão social durante o festival, as cerimonialistas são duas mulheres com deficiência. As assessoras técnicas da Secdef, Ana Cláudia e Caroline Ferreira, já são consideradas as vozes da inclusão no evento.
A secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Tereza Nelma, explica que o festival é um espaço que pretende assegurar a representatividade e a diversidade com a plena participação de pessoas com deficiência.
“O festival é um instrumento essencial para a construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva, tendo as pessoas com deficiência como protagonistas”, disse.
Caravana inclusiva interioriza ações
A Secdef realizou em agosto outras ações inclusivas em Maceió, Teotônio Vilela, Palmeira dos Índios, Novo Lino e União dos Palmares. Messias receberá o festival nesta sexta-feira (29). Entre as atividades desenvolvidas, estão os fóruns, capacitações, letramentos, encontros e entregas de cartões de Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea).
Para tratar da saúde mental da mulher com deficiência, a Secdef promoveu a primeira conferência livre para esse público, em Maceió. Já em outros municípios alagoanos, foram promovidos letramento que abordaram o anticapacitismo e a importância do Ciptea, bem como foram feitos cursos de formação sobre autismo.
A secretaria fez encontros transversais com outros órgãos estaduais, como a Secretaria de Estado da Primeira Infância (Secria). Reuniões também aconteceram em Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
Já entre os temas abordados durante as ações estão a “Autonomia da pessoa com deficiência e o papel da família em todas as fases da vida”, o “Esporte e a motivação para vencer” e “Autismo: conhecer para incluir”.
União dos Palmares celebra diversidade
A primeira-dama de Palmeira dos Índios e secretária de Assistência Social e Inclusão, Alane Menezes, ressaltou a importância da parceria com o governo estadual para fomentar a inclusão social. “O evento é uma oportunidade de celebrar a diversidade, promover a inclusão e fortalecer a acessibilidade em Palmeira dos Índios”, destacou.
O presidente da Associação dos Surdos de União dos Palmares, Médisson Cristiano, agradeceu pela oportunidade de participar do festival. "Gostaria de aproveitar a ocasião para ressaltar que nós temos voz e uma língua muito importante, que é a de Libras. Portanto, vale ressaltar que não somos mudos. O correto é pessoa surda. Vocês precisam realmente espalhar o termo correto. Entendam que o termo mudo é pejorativo e preconceituoso", disse.
Além das atividades de letramento que abordaram o combate ao capacitismo e trataram sobre autismo, a Secdef promoveu capacitação voltada à importância das carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), bem como foi feita o cadastro dos cartões e entrega desses documentos.
Vale destacar a realização de atrações culturais protagonizadas por pessoas com deficiência. As ações do evento ocorreram no auditório da Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios, pela manhã, e no ginásio da Terra Cavada, no período da tarde.
Além de União dos Palmares, o 3ª Festival Estadual da Inclusão já ocorreram em Maceió e em Arapiraca neste ano.
Cartilha ensina o anticapacitismo
Durante as ações desenvolvidas, a Secdef distribui a cartilha ‘Combata o Capacitismo’, que traz orientações e ensinamentos sobre o respeito à diversidade. O material educativo informa expressões que podem ser utilizadas em substituição a termos capacitistas que são, muitas vezes, utilizados no cotidiano.
Para substituir expressões preconceituosas e ofensivas como, por exemplo, ‘se faz de cego’, a cartilha orienta a utilização de parece que não ouviu. Outra dica que a cartilha traz é a troca do termo ‘dando uma de João sem braço’, por fugindo das obrigações. Ao invés de falar ‘igual a cego em tiroteio’, ensina-se a usar o termo ‘está perdido’.
“Não use termos com características de pessoas com deficiência como referência de incapacidade, limitação ou desvantagem. Não use palavras ofensivas, preconceituosas ou condescendentes como inválido, doente, especial, anjo”, diz a cartilha, que foi elaborada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: Marcelo Alves / Ascom Secdef