Foi lançada nesta segunda-feira (1°) a 3ª edição da Revista Digital Documento Histórico, uma produção do Grupo de Pesquisa Histórica e Interdisciplinar Luiz Sávio de Almeida (G.PHILSA), que reúne estudantes e professores da rede pública estadual em torno da pesquisa, da arte e do debate social.
O evento aconteceu na 1ª Gerência Especial de Educação (GEE), no bairro Pajuçara, em Maceió, e contou com a presença dos alunos-autores, educadores e convidados. A nova edição da revista apresenta um dossiê com quatro eixos temáticos: cultura afro-brasileira, museus maceioenses, o caramujo africano (Achatina fulica) em Maceió e a violência contra a mulher alagoana.
O professor de História Willames Santana, um dos responsáveis pelo grupo, destacou o impacto de ver a pesquisa científica florescendo já no ensino médio. “É um momento de grande satisfação para a gente que é da Educação ter os nossos trabalhos reconhecidos, ver os nossos alunos empenhados em produzir ciência, arte, história e biologia. A terceira edição da Revista Documento Histórico traz justamente esses elementos”, disse.
Além dos artigos acadêmicos, a revista também abre espaço para manifestações artísticas. A estudante Emilly Santos, que concluiu o ensino médio em 2024, apresentou a exposição “A Luz que Guia”, obra coletiva que aborda a resistência contra a intolerância religiosa por meio da arte.
“O intuito é combater a intolerância religiosa, o racismo religioso que ainda está muito presente na sociedade. As telas, as camisas, os brincos. Isso não é só acessório, é nossa fé sendo exposta de maneira sutil”, contou Emilly.
O professor Willames aproveitou para reforçar o convite aos estudantes interessados em participar. “Nosso grupo se chama G.PHILSA, Grupo de Pesquisa Histórica Interdisciplinar Luiz Sávio de Almeida, e funciona em algumas escolas. É só buscar no Instagram ou no site ge.philsa, com PH, que vocês terão acesso às informações”, informou.
A pesquisa científica no ensino básico de Alagoas
Professor de História da Escola Estadual Professora Guiomar de Almeida Peixoto, localizada no bairro da Ponta Grossa, Willames Santana criou, em 13 de junho de 2022, o Grupo de Pesquisa Histórica Luiz Sávio de Almeida (GAP). O objetivo inicial era reunir as produções em uma revista digital anual, mas, com o crescimento das atividades e a entrada de outras áreas do conhecimento, o grupo se tornou interdisciplinar e passou a ser conhecido pelos estudantes como G.PHILSA.
Das primeiras edições ao reconhecimento nacional
Já em 2022, o grupo promoveu o 1º Concurso de Desenho “Carolina, a mulher da capa preta”, cujo tema valorizava a história oral e a cultura local. A ilustração vencedora se tornou capa da 1ª edição da Revista Documento Histórico, lançada em janeiro de 2023 e, posteriormente, relançada na 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O sucesso foi imediato: a publicação conquistou 1º lugar no 6º Encontro Estudantil de Alagoas (Arena Empreendedora), ganhou espaço em exposições de artes plásticas e rendeu ao grupo uma bolsa CNPq Jr na Feira de Ciências do Cesmac. Em 2023, a equipe ainda lançou a 2ª edição da revista, promovendo projetos como o concurso de desenhos em homenagem à professora Guiomar e a 1ª Feira do Livro GAP, que resultou na criação da Biblioteca Escolar Dandara dos Palmares.
Fonte: Agência Alagoas