A Polícia Civil de Alagoas divulgou nesta quinta-feira (25) detalhes das investigações que resultaram no esclarecimento do assassinato da jovem universitária Bárbara Regina Gomes da Silva, que desapareceu após sair de uma boate no dia 1º de setembro de 2012, no bairro da Pajuçara.
Durante entrevista coletiva, na sede da instituição, no bairro de Jacarecica, o diretor de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), Carlos Reis, e os delegados Cícero Lima (coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital) e Antônio Nunes, que deu início às investigações, apontaram a mulher Vanessa Ingrid da Luz Souza, 19 anos, como mandante do crime.
A polícia apresentou uma testemunha-chave - o primo de Vanessa, Thiago Handerson Oliveira Santos - que contou como Bárbara foi levada da boate e morta. Segundo ele, os detalhes da trama criminosa lhe foram contadas pela própria mandante do assassinato.
Vanessa Ingrid é também apontada como autora da morte da jovem Franciellen Rocha, de 18 anos, que foi torturada e queimada viva, sendo Thiago apontado como um dos autores desse crime.
De acordo com a testemunha-chave, Vanessa Ingrid integraria a organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo também a chefe de uma rede de prostituição – denominada Tops de Maceió -, como também envolvida com o tráfico de drogas.
Thiago conta também que, além de Vanessa, seu amante e traficante Genilson dos Santos Jordão, o “Ninho”, e Otávio Cardoso da Silva Neto, de 25 anos, e uma outra pessoa que ele não sabe identificar também participaram do crime.
Otávio teria saído da boate com Bárbara, que foi morta por asfixia, cortada em pedaços e seus restos mortais queimados, na localidade Mata do Rolo, em Rio Largo.
A testemunha diz que o crime foi motivado porque Bárbara, que entrara para a rede de prostituição, havia pedido emprestado R$ 1.800 a Vanessa e não pagara. Além disso, não estava repassando a agenciadora parte do dinheiro ganho nos “programas”, e ainda não estaria agradando aos clientes porque se “dopava” com cocaína antes dos encontros.
Os matadores da jovem universitária, inicialmente, pretendiam enterrá-la em um cemitério particular, pertencente à família Oiticica, na Fazenda Pau Amarelo, em Messias, mas desistiram temendo que a polícia descobrisse, e resolveram queimar os pedaços do corpo.
O delegado Carlos Reis revela que um pai de santo conhecido por Neubert, da região do Benedito Bentes, estaria também envolvido no caso. Para matar suas vítimas, ela sempre consultava o pai de santo para saber se a trama daria certo.
Vanessa Ingrid, de acordo com o delegado Cícero Lima, da Homicídios, atualmente já responde por três assassinatos.
O primeiro, o da jovem Thalita Romeiro França, de 16 anos, conhecida como 'Maga', morta a tiros na Rua Vasconcelos Duarte, no conjunto Cleto Marques Luz, no Tabuleiro, em 15 de abril de 2010.
A morte teria ocorrido porque Thalita tivera um relacionamento com um namorado de Vanessa.
A segunda foi Amanda Celeste da Conceição, 18 anos, assassinada após ter tido um relacionamento com seu ex-namorado.
Também por ciúmes, ela tramou e participou da morte da jovem Francielem da Rocha, 18, cujo corpo foi encontrado totalmente carbonizado, em um terreno próximo ao Conjunto José Tenório, no bairro da Serraria.
Francielem, que estaria grávida de dois meses, havia sido convidada para uma festa no apartamento de Vanessa, no Edifício Renóver, localizado no bairro de Cruz das Almas, sendo ali torturada e depois morta. O pai da criança seria um amante de Vanessa, de nome “Ninho”.
O delegado Cícero Lima adianta que Vanessa Ingrid é investigada em dois outros assassinatos.
Fonte: Ascom PC/AL