A Imprensa Oficial Graciliano Ramos lança nesta terça-feira (27) uma coleção literária com nome de folguedo. Denominada Coco de Roda, a coleção tem cinco títulos escritos por alagoanos ou autores radicados em Alagoas, com temas voltados para o público infantil.
O lançamento está marcado para as 15h, na Escola Estadual Maria Rosália Ambrósio, no Cepa, para um público de 250 crianças. A iniciativa faz parte da renovação da Imprensa Oficial de Alagoas, vinculada à Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande).
As obras são Upiara (Eliana Maria), O que só as minhocas podem ver? (Luana Teixeira), Pescando histórias à beira-mar (Daniel Libardi e Adélia Souto), O baile das meninas (Geisa Andrade) e O segredo do rio Mundaú (Sara Albuquerque).
Durante o lançamento, haverá contação de histórias pelo grupo teatral Cia. do Chapéu. As obras serão vendidas na Imprensa Oficial Graciliano Ramos, na livraria da Edufal e na revistaria Porto Seguro, na Praça do Centenário.
Cultura local em destaque
Todas as obras retratam aspectos da cultura local. A iniciativa é fruto de edital lançado na 4ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, com objetivo de estimular novos escritores alagoanos a produzir obras que, tendo como base a cultura regional, contribuam com a formação intelectual de uma nova geração de leitores, além de minimizar as dificuldades enfrentadas pelos autores locais ao tentar publicar seus livros.
Upiara trata da cultura indígena. A autora, Eliana Maria, que trabalha com educação preventiva em odontologia, nasceu no Pilar e inspirou-se na região em que vive para ambientar seu livro, que narra a história de um pequeno guerreiro indígena que precisa mostrar à sua tribo que ser diferente não significa ser inferior. O livro foi ilustrado pelo Estúdio Alba.
“Eu achei a iniciativa maravilhosa, porque nosso Estado tem vários artistas que têm capacidade, mas não têm oportunidade de mostrar seu talento. Gostaria que houvesse outras ações como essa”, declara.
O que só as minhocas podem ver, escrito por Luana Teixeira, retrata um trecho importante da história do Estado. Jurema e Xinoca, duas minhocas que guiam a história, levam o leitor à cidade de Penedo, que, no século 17, foi ocupada por holandeses e portugueses. Luana é historiadora e trabalhou dois anos no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Lá encontrou alguns estudos sobre o Forte Maurício, que serviram como base para seu livro.
Pescando histórias à beira-mar, de Adélia Souto e Daniel Libardi, passeia por lendas contadas nas vilas de pescadores alagoanas. Essas histórias, ilustradas por Emanoel Melo, são passadas de pai para filho e revelam um pouco dos costumes, crenças e cultura das comunidades que vivem da pesca no Estado.
As cidades do interior de Alagoas são retratadas no livro O baile das meninas, da pedagoga Geisa Andrade. A história se passa em São Miguel dos Milagres, onde a autora desenvolve um trabalho com crianças que, através dos contadores de história, passam a conhecer mais sobre o local em que vivem, sendo estimuladas a reescrever o que ouvem à sua maneira.
No livro O segredo do Rio Mundaú, ambientado na Serra da Barriga, em União dos Palmares, a autora Sara Albuquerque mergulha na riqueza cultural de Alagoas. A obra, que conta a luta de Zumbi, o personagem principal, para libertar o povo negro da escravidão, é mesclada com uma pitada de folclore ao mostrar a amizade entre o herói e a sereia Iara.
Fonte: Assessoria